Em 30 de setembro de 2021, biólogos informaram a Delegacia de Santa Catarina que o que Processo Seletivo 013/2021 da Prefeitura Municipal de Rio Negrinho/SC contava com o cargo de biólogo, mas estipulava apenas o bacharelado como requisito.

Como em outros concursos e processos seletivos em que se exige apenas a formação em bacharelado, o CRBio-03 oficiou os responsáveis sobre a ilegalidade da exigência, pois a Lei Federal nº 6.684 de 03 de setembro de 1979 (Lei de regulamentação do Biólogo), é muita clara em informar que tanto os bacharéis quanto os licenciados em ciências biológicas com registro no Conselho Regional de Biologia são Biólogos, logo, concursos para vagas de biólogos devem permitir a formação de licenciados também.

O CRBio-03 foi informado no dia 05/10/2021 sobre a retificação e inclusão dos licenciados, além de ser informado que precisam alterar a lei de cargos do município sobre a questão.

No processo seletivo em questão, as atribuições do cargo de Biólogo incluem:

- Executar tarefas correlatas e inerentes ao exercício profissional de acordo com a Lei 6.684 de 03/09/79 e Decreto 88.438 de 28/06/83; - Elaborar, intervir, assessorar, propor e monitorar a implantação e desenvolvimento da Política Municipal de Meio Ambiente; - Coordenar atividades relacionadas a preservação, saneamento e melhoramento do Meio Ambiente; - Promover e participar de atividades relacionadas à educação e conscientização ( palestras, treinamentos, campanhas, cursos...); - Supervisionar e coordenar atos do fiscal do Meio Ambiente;- Orientar, dirigir, assessorar e intervir junto a licenciamentos ambientais, conflitos de uso, trâmite administrativo...; - Promover e representar o município em eventos científicos relacionados a área ambiental; - Elaborar e desenvolver pesquisas na área ambiental; - Assessorar, dirigir, orientar, dar consultoria e assistência técnico-científica à projetos e programas desenvolvidos pelo Poder Público na área ambiental; - Emitir documentos fiscais (laudos, certidões, declarações de competência do Poder Público Municipal) ; - Formar um banco de dados ambientais do Município subsidiando pesquisas e consultas em geral; - Desenvolver atividades e pesquisas regionais considerando os limites naturais dos ecossistemas (bacia hidrográfica) e não apenas os limites políticos-administrativos (projetos pontuais); - Viabilizar e assessorar trabalhos de competência federal (IBAMA) e estadual ( FATMA/ Polícia ambiental...) no município garantindo o cumprimento de Leis e Regulamentos ambientais;- Promover, desenvolver e monitorar trabalhos desenvolvidos nas áreas de proteção ambiental do Município.

 

Confira a retificação do edital: https://www.rionegrinho.sc.gov.br/atos-municipais-editais

 

Outras notícias: Licenciados também são Biólogos: CRBio-03 altera edital

 

O Conselho Regional de Biologia da 3ª Região participou em 4 de setembro do III Encontro de Biólogos do Oeste Catarinense. O encontro contou com diversas apresentações de Biólogos destaques em suas áreas, mesa-redonda sobre oportunidades e desafios dos Biólogos, atuação na área da saúde, consultoria ambiental, controle de qualidade, ensino de ciências e biologia, pesquisa e atuação do Biólogo na indústria.

Agradecimentos do perfil oficial @biologosoeste do Instagram

Ao CRBio-03, representado por sua Conselheira Presidente Dra. Clarice Luz, coube uma palestra sobre as interfaces do CRBio com a atuação do Biólogos, um breve histórico da profissão, alguns limites de atuações em relação aos sindicatos, regulamentação de áreas mais antigas e novas possíveis regulamentações em discussão. Também foram mostrados números sobre os cursos de Ciências Biológicas no Estado de Santa Catarina e os desdobramentos da região para a categoria e o próprio desenvolvimento e crescimento do Sistema CFBio/CRBios.

Ainda, muitas dúvidas sobre o CRBio também foram respondidas pelo Conselheiro Biólogo de Santa Catarina Roberto Degenhardt, que também participou do evento.

O evento foi organizado pelas Biólogas Fernanda Maurer D’Agostini, Eliara Solange Müller, Marina Petzen Vieira dos Santos, Silvia Mara Zanela Almeida e Manuela Gazzoni dos Passos.

 

A Diretoria do Conselho Federal de Biologia (CFBio) se reuniu com presidentes dos Conselhos Regionais de Biologia (CRBios) e Assessorias Jurídicas para discutir a minuta de revisão do Manual de Orientação e Fiscalização do Exercício Profissional (MOFEP). A reunião aconteceu nesta quinta e sexta-feira (24/09), de maneira híbrida (on-line e presencial na sede do CFBio, em Brasília), em respeito aos protocolos de combate e controle da pandemia de Covid-19.

O documento tem por objetivo nortear a fiscalização feita pelo Sistema CFBio/CRBios, estabelecendo uniformidade para as atividades exercidas por Fiscais e Agentes Fiscais, bem como pelas Comissões de Orientação e Fiscalização Profissional (COFEPs).

A presidente do CFBio, Maria Eduarda de Larrazábal, comemorou esse novo passo, realizado de maneira integrada e participativa entre os Conselhos Federal e Regionais de Biologia. “Esse é um trabalho necessário e integrado, feito em articulação com os CRBios, que possuem a competência e a experiência na execução da fiscalização. A fim de revisar o manual, o CFBio criou um Grupo de Trabalho, que trabalhou com afinco, ouvindo e acolhendo as contribuições de todos os envolvidos no processo, inclusive fiscais, agentes fiscais e as comissões”, explicou.

Segundo ela, a versão anterior do MOFEP, de outubro de 2012, carecida de atualização e aprimoramento. “O manual foi bom durante um tempo, mas as coisas se modernizaram, nossa profissão foi ampliada em suas áreas de atuação, e surgiu a necessidade de um novo documento para instrumentalizar a fiscalização feita pelos Regionais, tudo com orientação das Assessorias Jurídicas”, complementou a presidente.

SOBRE O NOVO MOFEP

Coordenador do Grupo de Trabalho (GT) para Revisão do MOFEP, o presidente do CRBio-08, César Roberto Góes Carqueija, destacou que a modernização, a atualização e os avanços nas ações de fiscalização foram os principais motivadores da revisão do manual. Além do presidente do CRBio-08, o grupo foi composto pelas Biólogas Magda Creidy Satt Arioli (Coordenadora da COFEP e Conselheira do CRBio-03) e Lais Ariane de Siqueira Lira.

Confira, a seguir, entrevista na qual o coordenador do GT explica as principais mudanças nas práticas de orientação e fiscalização profissional propostas pela nova versão do MOFEP.

cesar carqueija

1 - Quais motivos levaram o Sistema CFBio/CRBios revisar o MOFEP?

Cesar Carqueija: A fiscalização é a atividade fim dos Conselhos Profissionais. Os motivos que nos levaram a revisar o Manual de Orientação e Fiscalização do Exercício Profissional (MOFEP) foram a modernização, a atualização e os avanços na ação da fiscalização, tendo em vista que se trata de uma atividade dinâmica. O último MOFEP é de outubro de 2012, ou seja, já está em vigência há um tempo, e alguns procedimentos que antes acreditávamos serem melhores agora precisam ser revistos, justamente diante da necessidade de modernização à luz das novas tecnologias.

2 – Quais são os principais avanços nessa nova versão do manual?

Cesar Carqueija: A nova versão do MOFEP traz avanços principalmente em relação à economia processual, reduzindo os prazos de alguns processos de fiscalização. Também abre a possibilidade de o processo ser digital; antes não tínhamos regulamentação para isso. Ou seja, esse novo texto permite a utilização de tablets na fiscalização externa, implicando na redução de impressão de papel, além do uso de canetas com a tecnologia touch scream para assinar Termo de Notificação e para lavrar Auto de Infração. Essas são algumas das ações de modernização que estamos incorporando nesse momento.

3 – A pandemia de COVID-19 teve alguma influência nessas atualizações?

Cesar Carqueija: A pandemia foi um motivador também dessas necessidades. Com a pandemia, muito do trabalho dos Regionais passou a ser em regime home office, o que gerou necessidade de adaptação para uma nova realidade. A pandemia pode terminar amanhã, ou se estender um pouco mais, e a gente precisa estar preparado enquanto Sistema para realizarmos a nossa atividade fim da forma mais eficaz possível.

4 – Como foi o trabalho realizado pelo GT para Revisão do MOFEP?

Cesar Carqueija: Foi praticamente um ano de trabalho exaustivo, realizado conjuntamente por mim e pelas Biólogas Magda e Lais, que também integram o Grupo de Trabalho, tudo feito de maneira integrada com os CRBios e com as instâncias que atuam diretamente na fiscalização, como fiscais, agentes fiscais e COFEPs. O documento, atualmente, possui 70 páginas e cada detalhe, cada item, precisou ser muito bem refletido para atender a todas as etapas de fiscalização. Buscamos fazer tudo de maneira articulada justamente para evitar que esse novo texto do MOFEP, que é um documento de orientação para atividade de fiscalização, confundisse mais do que facilitasse o processo.

5 – De que maneira esse aprimoramento do MOFEP contribui com a profissão Biólogo e com a sociedade?

Cesar Carqueija: Facilitando e desburocratizando o processo de fiscalização, buscamos dar maior celeridade à comunicação entre o ato fiscalizatório do Conselho e o Biólogo que está sendo fiscalizado. Para isso, os canais de comunicação foram ampliados. Por exemplo, antes, não era permitido comunicar um Termo de Notificação ou um Auto de Infração se não tivesse o Aviso de Recebimento (AR). Agora, com o novo texto, será possível comunicar através de uma mídia como WhatsApp, que será validado administrativamente. Isso facilita tanto o fluxo de informação Conselho-Profissionais quanto Profissionais-Conselho. Ao mesmo tempo, ao melhorarmos nossas atividades de fiscalização, a sociedade é atingida de forma direta. Os Conselhos não são órgãos corporativos, mas sim Executivos de fiscalização. A função mote dos Conselhos Profissionais de Fiscalização é justamente a proteção social. Ou seja, protegemos a sociedade da atuação de leigos ou não registrados nas áreas de Ciências Biológicas. Assim, ao acelerarmos o processo de fiscalização, aumentamos sua eficácia, ampliamos seu leque de possibilidade de ação de fiscalização e melhoramos essa proteção social.

6 – Quando às novas práticas de orientação e fiscalização serão implementadas?

Cesar Carqueija: Nessa quinta e sexta-feira (24/09), foi realizada uma reunião conjunta entre a Diretoria do CFBio, os presidentes dos CRBios e as Assessorias Jurídicas, momento em que fechamos o texto do MOFEP como um todo. Finalizada essa etapa, será elaborada uma minuta de resolução, para substituir a Resolução 284/2012, que estabelece os procedimentos de fiscalização no Sistema CFBio/CRBios, define competências e institui o Manual de Orientação e Fiscalização do Exercício Profissional. Após passar pela Comissão de Legislação e Normas e pela Assessoria Jurídica do CFBio, essa minuta de resolução deve ser levada para apreciação em Plenário. Conforme o planejamento do CFBio, a previsão é de aprovação da nova resolução já em outubro, para que os CRBios possam se planejar e implementar as novas ações a partir de janeiro de 2022.

 
 
 
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No encerramento da 2ª ConfeBio, no dia 3 de setembro, foram divulgados ao vivo os Ganhadores do Concurso de Fotografia promovido durante a Conferência: Vitor de Carvalho Rocha (estudante) e Lais Freitas Lopes (profissional).

A 2ª ConfeBio aconteceu nos dias 1, 2 e 3 de setembro de 2021 e promoveu o seu 1º Concurso de Fotografia que conquistou mais de 170 inscrições. A Comissão Julgadora foi composta pelo Biólogo Lucas Soares Vilas Boas Ribeiro e pela Bióloga Dayse Campista Ferreira, das regiões do CRBio-04 e CRBio-06, respectivamente. O Concurso foi organizado pelo Sistema CFBio/CRBios.

No encerramento da 2ª ConfeBio, antes da aula magna “Águas, Algas e Eu”, com o Professor Doutor Carlos Bicudo, a Presidente do Conselho Federal de Biologia (CFBio), Dra. Maria Eduarda de Larrazábal, declarou ao vivo durante live os vencedores:

 

Categoria: Profissional

Temática: Meio Ambiente e Biodiversidade

Vencedor: Lais Freitas Lopes

CRBio: 113979/01-D

Local da Foto: Pardinho/SP

Data da Foto: 05/08/2021

 Narração da autora da foto: “Foto realizada durante acompanhamento de campanha de levantamento de Avifauna”.

 

Categoria: Estudante

Temática: Meio Ambiente e Biodiversidade

Vencedor: Vítor de Carvalho Rocha

IES: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

Local da Foto: Parque Nacional de São Joaquim/SC

Data da Foto: 01/02/2018

Narração do autor da foto: "Um macho de perereca-de-Bischoff (Boana bischoffi) empoleira-se em meio às flores roxas do banhado para se destacar de seus rivais e conseguir a atenção, quiçá, de uma fêmea”.

 

Aproveite para conferir como foi a divulgação durante a 2ª ConfeBio e a aula magna no link clicando aqui.

Nos vemos em 2022!

 

Passado pouco mais de um mês da implantação e lançamento do sistema de baixa de ARTs on-line em 19 de julho de 2021, o CRBio percebe o sucesso da implantação.

De acordo com a Coordenadora do Departamento de Fiscalização, Bióloga Magda Arioli, já foram baixadas cerca de 6290 (seis mil duzentos e noventa) ARTs até o dia 19/08/2021, além de 100 (cem) que estão em questionamentos com os Biólogos envolvidos.

Serão analisadas a partir de hoje e de maneira especial por características peculiares, cerca de 12 ARTs através de uma comissão especial.

Demanda antiga dos profissionais registrados no CRBio-03 e iniciados os trabalhos em 2016, o mecanismo de baixa foi todo orientado pelos funcionários do Departamento de Fiscalização. A solicitação da implantação ocorreu em 2020 e após os ajustes necessários, o sistema se encontra em plena operação.

As análises das ARTs se dá através do Departamento de Fiscalização, contando com equipe capacitada, tanto na Sede em Porto Alegre quanto na Delegacia de Santa Catarina.

 

 

 

 

O Conselho Federal de Biologia e os Conselhos Regionais (Sistema CFBio/CRBios) vão realizar, pelo segundo ano consecutivo, a Conferência Nacional de Biologia (ConfeBio). A 2ª ConfeBio, que acontecerá nos dias 1 a 3 de setembro, será um evento online, gratuito, que visa a estabelecer um espaço de compartilhamento e debate de temáticas relevantes para a atuação na área das Ciências Biológicas.

A Conferência terá como tema Profissão Biólogo: desafios, conquistas e oportunidades, com mesas-redondas que abordarão a atuação profissional nas áreas de Meio Ambiente e Biodiversidade, Saúde, Educação e Biotecnologia e Produção. Além das mesas, será realizada uma cerimônia de abertura com a participação dos presidentes do Sistema CFBio/CRBios, e, para o dia 3 de setembro, está programada uma palestra especial de encerramento. 

A 2ª ConfeBio será transmitida pelo canal do YouTube do CFBio, com emissão de certificados para ouvintes. As inscrições podem ser realizadas pelo hotsite cfbio.gov.br/confebio, onde também está disponível a programação completa do evento.

 

Serviço:

 2ª Conferência Nacional de Biologia - ConfeBio

Data: 1 a 3 de setembro de 2021

Horário: 17h às 21h

Transmissão: Canal do YouTube do CFBio

Mais informações: cfbio.gov.br/confebio/

 

 

Enviado a todos os deputados e senadores, documento também está sendo encaminhado ao Ministério Público Federal e a órgãos do Executivo

 

O Conselho Federal e os Conselhos Regionais de Biologia (Sistema CFBio/CRBios) enviaram a todos os deputados federais e senadores o “Manifesto do Sistema CFBio/CRBios sobre Incêndios e a Desregulamentação das Políticas Ambientais no Brasil”. O documento também está sendo encaminhado a autoridades do Ministério Público Federal e do Poder Executivo, incluindo ministérios, órgãos ambientais, prefeituras e secretarias.

O manifesto foi elaborado pelo “Grupo de Trabalho – Incêndios e a Desregulamentação das Políticas Ambientais no Brasil", formado pelo Conselho Federal de Biologia e composto por três Biólogos: Angélica Beatriz Corrêa Gonçalves, Maria Saleti Ferraz Dias Ferreira e Yuri Marinho Valença.

Além de expor dados sobre a ocorrência de incêndios e queimadas nos biomas brasileiros e analisar medidas adotadas na desregulamentação das políticas ambientais no Brasil, o documento apresenta uma série de recomendações às instâncias municipais, estaduais e federal para prevenir e combater o fogo e para a proteção das nascentes, das matas ciliares, dos rios e outros corpos de água, além de medidas de proteção da biodiversidade.

Clique aqui e acesse a íntegra do documento.

Grupo voluntário Monitora Chapada, organizado pelo biólogo Leonardo Fraga e colegas da UnB, atua há cinco anos na região

Registro de espécie atropelada na Chapada dos Veadeiros / crédito: @guiacerratense

A cada segundo, 15 animais silvestres morrem atropelados no Brasil, segundo estimativas do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE), da Universidade Federal de Lavras-MG. Anualmente, são vitimados nas rodovias do país 430 milhões de pequenos vertebrados, 43 milhões de animais de médio porte e dois milhões de vertebrados de grande porte, como onças, antas e lobos.

Esses números superlativos fazem dos atropelamentos o principal causador de morte de fauna no país, superando outros graves problemas, como caça ilegal, tráfico de animais e incêndios florestais. No Cerrado brasileiro, a ampliação da malha rodoviária e a redução/fragmentação dos habitats naturais ocorrem de maneira acelerada desde o final da década de 1980, gerando impactos consideráveis para a fauna silvestre.

A questão, contudo, não se restringe ao Brasil. Pelo menos desde a década de 1970, pesquisadores de todo o mundo se dedicam à análise dos impactos da malha viária sobre a vida selvagem. E foi da consolidação desses estudos que em 1998 surgiu o termo Ecologia de Estradas, cunhado pelo ecólogo Richard T. Turner Forman.

Foi o interesse por essa área de conhecimento que levou o biólogo Leonardo Pereira Fraga (093877/04-D) a uma especialização no Centro de Estudos do Cerrado da Chapada dos Veadeiros da Universidade de Brasília (UnB), em 2017. O ano coincidiu com o da assinatura de um decreto presidencial que ampliou a área do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás, de 65 mil para 240 mil hectares contínuos, uma notícia positiva mas que reforçou a necessidade de implementação de medidas protetivas das espécies que habitam a área do Parna, algumas delas ameaçadas, como lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) e tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla).

O objetivo de Leonardo foi exatamente avaliar aspectos ecológicos e espaciais relacionados com a fauna silvestre atropelada e propor soluções visando minimizar o problema. Os estudos do biólogo se concentraram em um trecho da rodovia BR-010 (que, no estado de Goiás, se sobrepõe à rodovia estadual GO-118), que corta a Área de Proteção Ambiental Pouso Alto, unidade de conservação que está inserida na área da Chapada dos Veadeiros.

De maio de 2017 a abril de 2018, Leonardo realizou um monitoramento mensal de um trecho de 34 quilômetros da BR-010, registrando 172 animais atropelados – 76 aves, 40 anfíbios, 38 mamíferos e 18 répteis –, entre eles 17 cachorros-do-campo (Cerdocyon thous) e um lobo-guará (Chrysocyon brachyurus).

Biólogo Leonardo Fraga em trabalho com a equipe da UnB Cerrado / crédito: Reprodução/YouTube/Labnatu

Além da publicação do trabalho, os resultados da pesquisa e do envolvimento do biólogo com o tema geraram outros frutos. Leonardo atuou, junto com outros colegas, na criação de um grupo de monitoramento coletivo de atropelamento de fauna, o Monitora Chapada, que conta com professores, alunos e servidores da UnB e da UnB Cerrado, além de moradores de Alto Paraíso de Goiás, um dos principais municípios na região do parque. Há cinco anos o grupo atua de forma voluntária fazendo e coletando registros de atropelamentos nas estradas que cortam e margeiam o Parna, buscando a identificação – no menor nível taxonômico possível – dos indivíduos atropelados e promovendo campanhas educativas de conscientização.

“O projeto contribui para a visibilidade da problemática da fauna silvestre atropelada, um ‘mecanismo’ silencioso que pode contribuir para a extinção local de espécies. Os dados do projeto também podem auxiliar na elaboração de estratégias mais assertivas para a conservação da fauna”, explica Leonardo.

 

Amigos das Florestas

Em 2019, o trabalho do Monitora Chapada ganhou o apoio da ONG Associação dos Amigos das Florestas (AAF). Naquele ano, as entidades se uniram para promover a campanha "Eu desacelero na Chapada". “Foi a primeira campanha de esclarecimento voltada à comunidade de Alto Paraíso de Goiás quanto à problemática dos atropelamentos da fauna silvestre”, relata o biólogo.

Adesivo da campanha “Eu desacelero na Chapada” / crédito: @eudesaceleronachapada

Desde então, a AAF vem realizando blitz educativas periódicas, distribuição de adesivos para turistas e moradores e diversas outras ações relacionadas ao tema. Segundo Leonardo, contudo, “o maior desafio do projeto ainda é conseguir o apoio do poder público para a implementação de infraestruturas voltadas à proteção da fauna silvestre e dos motoristas nas rodovias”.

Por isso, foi motivo de celebração uma decisão da Justiça Federal, publicada no início deste ano, que determinou à Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra) a adoção de diversas medidas de proteção à fauna ao longo das rodovias GO-239 e GO-118, que atravessam a Chapada dos Veadeiros. A conquista foi fruto de uma ação civil pública proposta pela AAF, que desde 2016 pleiteava, amigavelmente, o cumprimento das condicionantes previstas há 14 anos nas Licenças de Instalação das rodovias.

A decisão da justiça prevê a instalação de placas de sinalização com limite de velocidade nos corredores de fauna, a instalação de lombadas em pontos da rodovia indicados pelo Estudo de Impacto Ambiental, a construção de passagens para animais e a apresentação de relatório com as medidas implantadas e do Plano de Recuperação de Áreas Degradadas.

As ações mais simples devem ser concluídas ainda neste ano. Para a construção de 15 passagens aéreas e subterrâneas, a Goinfra estima o prazo de ano e, para a recuperação de áreas degradadas durante a construção da rodovia, três anos.

“A implementação dessa infraestrutura contribuirá para a diminuição dos atropelamentos. No entanto, é essencial que a medida venha acompanhada de ações de esclarecimentos e de educação ambiental para turistas e moradores”, salienta Leonardo. 

 

Mais informações

Quem quiser saber mais sobre o projeto Monitora Chapada ou mesmo se voluntariar, pode entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Há, também, o perfil no Instagram da campanha “Eu desacelero na Chapada”.

Além disso, em 2017 os estudantes do curso de Sociobiodiversidade e Sustentabilidade no Cerrado da UnB (incluindo o biólogo Leonardo Fraga) produziram um minidocumentário chamado “Caminhos e Descaminhos”, falando sobre os habitantes, as estradas e a vida silvestre na Chapada dos Veadeiros. O vídeo está disponível no YouTube e pode ser conferido aqui.

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Reportagem do CRBio-04, regional com jurisdição nos estados de Minas Gerais, Goiás, Tocantins e no Distrito Federal

 

O CRBio-03 foi alertado por Biólogos de que a Prefeitura Municipal de Candelária (RS), através do Edital de CONCURSO PÚBLICO Nº 02/2021, exigia apenas a formação em bacharelado para o cargo de Biólogo, impedindo assim que os profissionais com formação em licenciatura se inscrevessem e assumissem as vagas caso fossem convocados.

O Departamento de Fiscalização, Departamento Jurídico e Diretoria do CRBio-03 analisaram e verificaram a ilegalidade do certame, oficiando o concurso para a necessidade de sua retificação, que ocorreu dia 16 de julho de 2021.

Para a Dra. Clarice Luz, Presidente do CRBio-03, a questão sobre a diferença entre bacharelado e licenciatura não deveria ser mais uma questão, visto a temporalidade da regulamentação da profissão.

“Já são mais de 42 anos de regulamentação e todo ano ainda temos casos de concursos, dúvidas de profissionais que questionam se podem se registrar e profissionais que saem das graduações sem nem sequer ter estudado o código de ética e legislação profissional do Biólogo na graduação. Isso reflete em concursos assim, onde algumas pessoas acham que licenciados só estão habilitados na área do ensino  fundamental, médio e técnico”, explica a Dra. Clarice Luz.

A Coordenadora da Comissão de Educação (CE) do CRBio-03 e Vice-presidente, Dra. Inga Ludmila Veitenheimer Mendes, concorda e acrescenta que “os mitos começam na graduação e se perpetuam até depois dela, onde cursos de licenciatura realmente acham que não estão formando Biólogos. Isso nos leva à casos assim todo ano”, conta a coordenadora da CE, que é professora aposentada da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

De acordo com o Coordenador da Comissão de Formação e Aperfeiçoamento (CFAP) do CRBio-03 Jairo Luis Cândido, o problema é reflexo das diretrizes nacionais dos cursos de biologia, já que “as nossas diretrizes curriculares (ciências biológicas) estão empurrando os licenciados para a periferia da atuação profissional do Biólogo nas áreas de Meio Ambiente, Saúde e Biotecnologia. Os cursos estão separados no Ministério da Educação (MEC), com objetivos distintos e em alguns locais se tem a notícia até da proibição do juramento do Biólogo para os licenciados, o que infringe a Lei Federal nº 6.684/1979. Precisamos rever as diretrizes que já são de 2002 e não tiveram nem mesmo Biólogos participando de sua elaboração”.

Para acessar os editais e a página da inscrição no concurso, CLIQUE AQUI.

A retificação pode ser obtida no link CLICANDO AQUI.