Com 7 milhões de quilômetros quadrados, sendo 60% no Brasil, a Amazônia representa mais da metade das florestas tropicais remanescentes e compreende uma das maiores biodiversidades em uma floresta tropical no mundo, sendo um hotspot. A região é lar de cerca de 30 milhões de pessoas, abrigando uma em cada dez espécies de animais e a mais alta diversidade de espécies de plantas do planeta.
Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), de todas as queimadas ocorridas no país este ano, 52% foram na floresta. Os dados do Instituto alertam também para o fogo iniciado em agosto e que progride mesmo em áreas de proteção ambiental, com cerca de 68 incêndios registrados em territórios indígenas e áreas de conservação. A situação envolvendo o desmatamento e as queimadas ganhou repercussão internacional, alertando outros países para a importância de conservar e manejar de forma sustentável a área.
Em entrevista concedida a GaúchaZH, Eduardo Taveira, Secretário do Meio Ambiente do Amazonas, afirma que as queimadas são eventos culturais que ocorrem todos os anos, porém, a atenção é indispensável a este recente episódio. “É óbvio que quando você olha para a Amazônia e descobre que tem um grande patrimônio a ser cuidado, isso é positivo, mas acabamos perdendo a perspectiva de que precisa ter um combate sistemático a essas agendas, pois isso não está fora de um padrão, um processo cultural. Temos que entender melhor esses processos, investir em tecnologias que possam substituir o uso do fogo e ter uma assistência técnica adequada, prevendo esse sistema meteorológico daqui”, salientou.
Para a preservação total do território, bem como para o suprimento de serviços ambientais, produtos florestais e para a valorização dos povos e conhecimentos lá situados, torna-se necessária uma dramática mudança. É preciso integrar forças, projetos e ações, a fim de que situações como essa não ocorram jamais, preservando e enaltecendo o local considerado um dos maiores patrimônios da humanidade.