Prevenção e monitoramento podem auxiliar na redução de acidentes com águas-vivas

17 de janeiro de 2020

A temporada de veraneio no litoral gaúcho registrou 38.218 casos de queimaduras de águas-vivas até 1º de janeiro, conforme dados da Operação RS Verão Total, iniciada dia 21 de dezembro. A edição anterior da iniciativa teve 111.417 ocorrências relatadas pelos banhistas, em pouco mais de dois meses.

As águas-vivas são invertebrados gelatinosos que pertencem ao grupo animal Cnidário, e apresentam um tipo específico de célula em seus tentáculos, o cnidócito, lançando filamentos com espinhos e um líquido urticante que, nos humanos, pode causar queimaduras.

De acordo com a bióloga Dra. Carla Ozório, é um fenômeno natural a maior frequência de águas-vivas na costa do Rio Grande do Sul no verão. Isto ocorre porque nesta época há mais predomínio de águas quentes e tropicais no litoral gaúcho. “O aumento ou diminuição da população de águas-vivas está relacionado aos fatores ambientais que podem ser naturais ou antropogênicos. Já o número de acidentes, além do número de águas-vivas presentes, pode também ser relacionado ao aumento do número de banhistas e o do tempo que cada pessoa entra e permanece no mar", relata Carla.

Para o presidente do Conselho Regional de Biologia 3ª Região, Jackson Muller, este não é um fenômeno desconhecido no Estado, “em 2017 tivemos o mesmo problema. O que precisamos atentar é para a prevenção deste tipo de acidente. Já que o aparecimento destes invertebrados é maior no verão, o Estado precisa se precaver e cuidar mais dos banhistas e de seus salva-vidas, com estudos, avaliações, acompanhamentos dos movimentos destas populações marinhas em nossos oceanos. Temos profissionais altamente capacitados para isso”, afirma o Biólogo Muller.