CRBio-03 participa de audiência pública e Conselhos criticam o crescimento de Cursos EAD

Estiveram presentes, representando o CRBio-03 a conselheira Rosângela Uhrig Salvatori e o Biólogo Jonas Bica. Recentemente, a conselheira Rosângela já havia participado de uma aula pública sobre o tema na UCS no dia 19 de maio, falando justamente sobre o posicionamento do CRBio-03 nesta questão.

 

O CRBio-03 tem enfatizado que é necessário levar tudo isso em consideração, pois pode haver o comprometimento da segurança do processo de Saúde.
Profissões Regulamentadas do Fórum/RS, as profissões ligadas à saúde estão preocupadas com a qualidade de ensino, uma vez que o EAD na área da saúde, 100% a distância, comprometeria a qualidade destes profissionais.

Para o biólogo Jonas Bica, o encontro ficou marcado por não haver o contraditório. “O EAD é positivo, porém é necessário o contato humano mais acentuado para capacitar as pessoas. Na área da saúde, o presencial é fundamental”, declarou. Atualmente, 18% dos alunos matriculados no ensino superior estão em cursos EAD. De 2005 a 2015, surgiram 900 novos polos desta modalidade por todo o país.

Entre as principais mudanças, estão a criação de polos de EAD pelas próprias instituições e o credenciamento de instituições na modalidade EAD sem exigir o credenciamento prévio para a oferta presencial. Avaliações, estágios e laboratórios ainda permanecem sendo feitos presencialmente.

Rodrigo Lorenzoni, do Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS, lamentou o que classificou de absurdo, referindo-se à possibilidade de aumento do EAD na área da saúde. “Não se pode admitir que alguém, de sã consciência, creia que haja o mínimo de qualidade num profissional que não exerceu a prática. Trata-se de um estelionato educacional”. 

 

Renato Minozzo, representando o Conselho Regional de Biomedicina, alertou que este sistema de ensino criará dois públicos a serem atendidos. “A divisão de classes vai se intensificar. Os mais ricos procurarão médicos formados pela academia clássica, pagando mais por isso; os mais pobres, desconhecendo a origem da formação de muitos profissionais, serão atendidos por um sistema público duvidioso. Um absurdo, uma lambança”, sentenciou. 


A educação a distância (EAD) é um dos segmentos que mais cresce no Brasil. De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), de 2003 a 2013, o número de pessoas matriculadas subiu de 49.911 para 1.153.572. Dados da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) afirmam que, em 2014, a crescente continuou e o número de estudantes já ultrapassava os 3,8 milhões. O ensino superior à distância (EAD) já representa 26% da educação superior no País e a previsão é pode chegar a 51% do mercado, em 2023.

Imagens: Marcelo Bertane