A atuação de Biólogos em Circulação Extracorpórea nas atividades relacionadas à Perfusão foi regulamentada pelo Conselho Federal de Biologia por meio da Resolução CFBio nº 479, de 10 de agosto de 2018. 

O Ministério da Saúde reconhece como perfusionista o membro da equipe cirúrgica com pré-requisitos definidos na área das Ciências Biológicas e da Saúde, com conhecimentos de fisiologia circulatória, respiratória, sanguínea e renal, de centro cirúrgico e de esterilização e com treinamento específico no planejamento e na ministração dos procedimentos de circulação extracorpórea.

Para atuar na área, o Biólogo precisa ter no seu currículo efetivamente realizado conhecimentos nas áreas de Análises Clínicas, Anatomia e Fisiologia Humanas, Biofísica, Bioquímica, Biologia Celular e Molecular, Farmacologia, Hematologia, Imunologia, Microbiologia, Bioética, Bioestatística e Biossegurança.

Como requisitos mínimos para exercer atividades de Circulação Extracorpórea, o Biólogo precisa obter:

- Certificado de Curso de Pós-Graduação Lato sensu em Perfusão/Circulação Extracorpórea, com duração mínima de 1.200 horas, sendo no mínimo 50% de atividades práticas, realizado em Instituição/Entidade legalmente reconhecida;

- Treinamento específico no planejamento e na ministração dos procedimentos de circulação extracorpórea, certificado pela Sociedade Brasileira de Circulação Extracorpórea (SBCEC), estando habilitado para operar máquina de circulação extracorpórea e demais acessórios, com o intuito de manter as funções cardiorrespiratórias, o equilíbrio bioquímico, hematológico e hidroeletrolítico do paciente durante o procedimento cirúrgico.

Gostou de saber o que faz um Biólogo em Circulação Extracorpórea em atividades relacionadas à Perfusão?

Compartilhe!

 
 

 

Dinossauros, fósseis, desenhos, filmes e séries sempre retrataram o que se sabia naquele momento sobre a Paleontologia, chamando atenção de leigos e servindo de inspiração para futuros Biólogos

 

Falar de Paleontologia em rodas de leigos é sempre interessante para Biólogos, afinal, todos esperam que o Biólogo da turma saiba o nome “daquele dinossauro com dois chifres” do filme que acabou de estrear. O assunto também vem despertando grande interesse por parte de crianças que, motivadas pela curiosidade e pela indústria de brinquedos e da moda, têm aprendido desde cedo os grupos de dinossauros, quem são, como viviam, o que comiam, além de sua morfologia adaptativa. 

Para muitos, é puro entretenimento: as belezas do CGI e a tentativa de recriação de animais já extintos é fascinante, mesmo que o trabalho real de Biólogos na área seja bem diferente dessas aventuras. No mundo do entretenimento, Biólogos podem ser consultores científicos para embasamento da computação gráfica de animais, recriação de ambientes e, claro, como provavelmente seria o comportamento antigo dos seres na tela. Mas será que os Biólogos atuam na área apenas recentemente ou dessa maneira?

 

Não tão antiga como os fósseis, a Paleontologia como área de atuação dos Biólogos nasce com a própria graduação dos Biólogos em 1934, com o curso de Ciências Naturais da USP (Universidade de São Paulo). Os cursos que formavam Biólogos mudaram a nomenclatura para curso de História Natural, ou seja, se estudava tanto a biologia quanto a geologia da terra, o que obviamente tornava o aprendizado na área de Paleontologia obrigatória, pois a Paleontologia é área de estudo tanto sob o ponto de vista geológico quanto do biológico, sendo literalmente uma área de atuação e estudo sombreada entre Biólogos e outras classes, como os Geólogos.

 

Foto: Lúcio Roberto da Silva/Arquivo pessoal

 

Décadas atrás, porém, o curso de História Natural foi dividido em Ciências Biológicas e Geologia, e por conta disso, alguns laboratórios de Paleontologia ficaram nos Departamentos/Institutos de Geologia e outros nos Departamentos/Institutos de Biologia. Nos locais em que os laboratórios de Paleontologia ficaram mais próximos ao curso de Geologia, significou que a formação do curso de biologia deixou de oferecer conteúdo na área de Paleontologia? Não! A formação nunca deixou de existir, mesmo porque, dentro da área de Meio Ambiente e Biodiversidade, estudos de impacto ambiental, processos de licenciamento ambiental ou mesmo ao nível de pesquisa, os Biólogos continuaram a ter formação na área de Paleontologia e trabalhando nesse nicho de mercado. Com a regulamentação da profissão de Biólogo em 1979, a atuação também se manteve.

 

A regulamentação da área de Paleontologia no Sistema CFBio/CRBios

 

A Paleontologia já é descrita como especialidade do Biólogo desde 1993, através da Resolução CFBio nº 17, de 22 de outubro de 1993, que dispõe sobre normas e procedimentos para a concessão do título de Especialista em Áreas das Ciências Biológicas. Após isso, foi descrita como área e suas até então subáreas - Paleontologia: Paleobioespeleologia, Paleobotânica, Paleoecologia, Paleoetologia, Paleozoologia - através da Resolução CFBio nº 10, de 5 de julho de 2003, que dispõe sobre as Atividades, Áreas e Subáreas do Conhecimento do Biólogo. Em 2010, o Conselho Federal de Biologia (CFBio) indicou o “inventário, manejo e conservação do patrimônio fossilífero” como área de atuação dentro do campo de Meio Ambiente e Biodiversidade, através da Resolução CFBio nº 227, de 18 de agosto de 2010, que dispõe sobre a regulamentação das Atividades Profissionais e as Áreas de Atuação do Biólogo, em Meio Ambiente e Biodiversidade, Saúde e, Biotecnologia e Produção, para efeito de fiscalização do exercício profissional, demonstrando mais uma vez que a Paleontologia é área de atuação do Biólogo, sendo sempre lembrada nas resoluções que tratam dos diversos campos de atuação profissional.

Sendo uma área importante de atuação profissional, o CFBio criou o Grupo de Trabalho (GT) sobre a atuação do Biólogo na área de Paleontologia, através da Portaria CFBio nº 359/2022, tendo como coordenador o Biólogo André Gomide de Vasconcelos, secretariado pela Bióloga Gisele Mendes Lessa Del Giudice e ainda como vogal, a Bióloga Taissa Rodrigues Marques da Silva. Em breve, podem sair novas regulações sobre a Paleontologia advindo desses trabalhos. Diante disso, conversamos com o Biólogo Lúcio Roberto da Silva (CRBio 095713/03-D), que tem atuado na área de Paleontologia no Rio Grande do Sul, para discutir um pouco sobre a atuação nesse segmento.

 

CRBio-03: Qual a diferença de trabalhar com consultoria ambiental nessa área e na pesquisa pura?

Lúcio: É muito diferente! Em consultoria temos que responder questões ligadas à legislação de proteção aos fósseis, participando da obtenção de licenças específicas e respondendo a órgãos de fiscalização, além de participar da administração do trabalho junto às empresas contratantes. A pesquisa pura, acadêmica, exige conhecimentos específicos dos táxons fósseis que estamos estudando, como anatomia, fisiologia e evolução visando as publicações e atendendo os pré-requisitos dos Programas de Pós-Graduação (durante a formação), para obtenção dos diplomas ou, ainda os interesses de Instituições Privadas.

 

CRBio-03: Já encontrou resistência corporativista na área por ser Biólogo?

Lúcio: Não, nunca. O fato de ter registro no CRBio e a graduação em Biologia, sempre me deu suporte para atender as demandas na área da Paleontologia.

 

CRBio-03: O que você acha de entidades e outras classes tentarem tirar essa área de atuação do Biólogo?

Lúcio: Acho um absurdo. O Biólogo tem uma formação consistente e que permite atuar em diversas áreas ligadas ao meio ambiente. Na Paleontologia, por exemplo, interpretamos os restos e vestígios de antigos organismos vivos que ficaram preservados nas rochas. Um fóssil foi um dia um organismo vivo, que nasceu, se desenvolveu, se reproduziu, interagiu com outros organismos e com o meio ambiente. Um fóssil não é parte abiótica dos antigos ecossistemas. A Biologia através da Fisiologia, Ecologia, Anatomia Comparada, Zoologia, Botânica, Evolução, Genética e Embriologia (dentre outras) são imprescindíveis para compreender um organismo vivo, mesmo que agora esteja fazendo parte das rochas (fossilizado). Desconheço um curso de graduação que seja mais completo e que permita o desenvolvimento da Paleontologia em todas as fases da pesquisa e da consultoria ambiental. A Biologia permite que não se fique preso apenas na anatomia pura e na cladística. Agora com a aplicação dos conhecimentos biológicos, o fóssil realmente sai das rochas e “volta à vida”.

 

CRBio-03: Como área de atuação não privativa, qual o diferencial do Biólogo nesta área?

Lúcio: Trabalhando com pesquisa, o Biólogo está se destacando em vários aspectos. A interpretação dos fósseis como seres vivos propriamente ditos, sendo trabalhado à luz da fisiologia, tem apresentado grandes avanços na compreensão da evolução de diversos grupos fósseis, como nos primeiros mamíferos e nos dinossauros basais. Novas análises com o uso de micro tomografia de estruturas como o endocrânio, ouvido médio e a dentição de alguns táxons têm apresentado novas interpretações importantes sobre o metabolismo e não somente com a descrição anatômica básica.

 

CRBio-03: Quais campos e tipos de empresa acha que podem empregar mais Biólogos na área?

Lúcio: Biólogos especialistas em Paleontologia estão ganhando bastante espaço na consultoria ambiental, além da área acadêmica. Devido a cobrança por parte dos órgãos fiscalizadores, a procura por Biólogos Paleontólogos na construção civil está aumentando consideravelmente. Atuações no monitoramento de escavações têm se mostrado uma ótima opção para nós, Biólogos.

CRBio-03: Falta investimento para esse tipo de pesquisa no Brasil?

Lúcio: Sim, infelizmente! Com exceção das Universidades Federais (falando do Rio Grande do Sul) o investimento é muito escasso, principalmente nos últimos anos. As instituições privadas não possuem a “cultura” de investir em pesquisa, mesmo que isso traga ganhos a médio prazo no turismo científico e na divulgação de suas marcas e uma melhor formação para os seus alunos. As prefeituras das cidades que possuem sítios fossilíferos também não entenderam ainda o potencial dos fósseis. A Paleontologia trabalhada como uma ferramenta pedagógica pode trazer grandes avanços na aprendizagem das crianças e adolescentes das redes municipais e privadas de ensino. No turismo, principalmente, as cidades estão perdendo uma ótima oportunidade para atrair turistas e lucros nos setores gastronômico e hoteleiro e dar às suas administrações uma visibilidade sem precedentes. Os fósseis sempre chamam a atenção e mexem com o imaginário das pessoas e, por isso, possuem um poder midiático muito grande, podendo divulgar suas regiões, prefeituras e empresas como nenhum outro tema.

CRBio-03: Acredita que uma regulamentação específica do CFBio pode trazer mais Biólogos para a área?

Lúcio: Com certeza, uma regulamentação específica irá atrair mais profissionais, como também vai valorizar os Biólogos que se dedicaram a fazer currículo nesta área. Não é raro, empresas e instituições públicas pedirem um currículo que ateste conhecimentos específicos em Paleontologia. Acho isso bastante positivo, pois faz justiça a dedicação dos profissionais para área e garante trabalhos com qualidade e que realmente protejam o patrimônio fossilífero do Estado e do País.

 

Foto: Lúcio Roberto da Silva/Arquivo pessoal

 

CRBio-03: Como melhorar a formação do Biólogo na graduação na área de Paleontologia?

Lúcio: A contratação de profissionais especialistas para as Universidades é muito importante. Um Biólogo com especialização em Paleontologia pode oferecer práticas de trabalho de campo que são extremamente importantes para o reconhecimento de um fóssil, coleta e preparação dos materiais visando a pesquisa e a museologia. Com o desenvolvimento de aulas práticas, os cursos de graduação ganharão em qualidade, atraindo novos alunos e formando profissionais melhores para o mercado cada vez mais amplo para a Paleontologia.  Atualmente, de acordo com o meu conhecimento, a esmagadora maioria das Instituições que possuem paleontólogos trabalhando com pesquisa, são federais. As Universidades privadas poderiam acrescentar mais profissionais desta área nos seus quadros. 


Fonte: CRBio-03

 
 
 
 
 

 

DATA: 01.12.2022
HORÁRIO: das 14h às 17h
MODALIDADE: on-line (link no dia)
Responsável: CFAP/CRBio-03

Público alvo: Coordenadores de curso de Bacharelado e Licenciatura de Ciências Biológicas, Licenciatura em Ciências com habilitação em Biologia e representantes do CRBio-03 nos cursos/IES - Rio Grande do Sul.

TEMAS:

1) ÁREAS DE ATUAÇÃO e seu potencial de atratividade de novos alunos para os cursos de Ciências Biológicas;
2) LEGISLAÇÃO PROFISSIONAL: o que é necessário saber para a formação de profissionais comprometidos com a carreira da Biologia e com a Sociedade.

Haverá CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO!

Inscrições: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. com seu nome e curso que coordena ou em qual curso é representante.

 
 
 
 

O REDD (Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação florestal) ou, em inglês, Reducing Emissions from Deforestation é um conjunto de incentivos econômicos que tem por objetivo reduzir as emissões de gases de efeito estufa resultantes do desmatamento e da degradação florestal — mudanças que prejudicam a floresta e limitam seus serviços ambientais. O conceito parte da ideia de incluir na contabilidade das emissões de gases de efeito estufa aquelas que são evitadas pela redução do desmatamento e da degradação florestal.

O Redd+ é um mecanismo projetado para utilizar incentivos de mercado e financeiro visando à redução das emissões dos gases de efeito estufa oriundos da degradação das florestas e do desmatamento. O desmatamento e a degradação florestal respondem por aproximadamente 11% das emissões de carbono. Esse número é superior a todo o carbono emitido, por exemplo, pelo setor de transportes. Basicamente, o mecanismo REDD cria a possibilidade de que iniciativas sejam recompensadas financeiramente por seus esforços relativos à redução de emissões de gases do efeito estufa. Essas iniciativas podem ser relacionadas a governos e a empresas.

Confira perguntas e respostas elaboradas pelo Biólogo Reynier Omena Júnior (CRBio 044248/06-D) a fim de esclarecer sobre o conceito e sua ampliação e sobre os acordos nacionais e internacionais que têm sido estabelecidos desde que a primeira proposta de “Redução Compensada de Emissões” foi apresentada na COP-9, em 2003, em Milão, na Itália.

 


Reynier é mestre em Gestão de Áreas Protegidas na Amazônia (INPA) e especialista em Gestão Ambiental com Ênfase em Auditoria e Perícia. Possui experiência em gestão, supervisão, fiscalização, licenciamento ambiental, inventário de fauna silvestre (aves, mamíferos, anfíbios e répteis), manejo e conservação, afugentamento, resgate de fauna, gerenciamento e identificação do risco de fauna em aeroportos, gestão de resíduos sólidos urbanos, elaboração de PRAD e de inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE), elaboração de diagnósticos e prognósticos ambientais e monitoramento de impactos ambientais sobre vertebrados, todas estas atividades para fins de licenciamento ambiental. 

Além disso, possui experiência em criação e gestão de unidades de conservação e formação de Conselhos de UC, turismo ornitológico, elaboração de roteiros, organização e liderança de excursões especializadas e focadas em aves silvestres.  É autor do livro “Aves da Amazônia: guia de referência para observação de aves”, que está em sua terceira edição, e dos CD-áudios: “Vozes e sons das Florestas do Amazonas”, volumes 1 e 2.


Que benefícios a preservação das florestas e a redução nas emissões de gases de efeito estufa podem gerar?

A preservação das florestas, além da redução nas emissões de gases do efeito estufa, tem o potencial de gerar outros benefícios substanciais, como impactos positivos sobre a biodiversidade e sobre a conservação de recursos hídricos. A “floresta em pé” também influencia a estabilização do regime de chuvas e, por consequência, o clima. 


Como nasceu o REDD?

A primeira versão do que viria a ser o REDD resultou de uma parceria entre pesquisadores brasileiros e americanos, numa proposta conhecida como “Redução Compensada de Emissões”, que foi apresentada durante a COP-9, em Milão, Itália (2003). Pelo documento, os países em desenvolvimento detentores de florestas tropicais que conseguissem promover reduções das suas emissões nacionais oriundas de desmatamento receberiam compensação financeira internacional correspondente às emissões evitadas. O conceito de redução compensada se tornou a base da discussão de REDD nos anos seguintes.


O que é o REDD+?

O conceito de REDD foi ampliado e é conhecido como REDD+: o sinal “+” inclui o papel da conservação, do manejo sustentável e do aumento de estoques de carbono nas florestas, indo além do desmatamento evitado e da recuperação de florestas. Refere-se à construção de um mecanismo, ou uma política, que deverá contemplar formas de prover incentivos positivos aos países em desenvolvimento que tomarem ações para a mitigação das mudanças climáticas: (1) Redução das emissões derivadas de desmatamento e degradação das florestas; (2) Aumento das reservas florestais de carbono; (3) Gestão sustentável das florestas; (4) Conservação florestal. A principal (e mais controversa) estratégia oferece incentivos (compensações) para os países em desenvolvimento que reduzirem emissões de gases que provocam o efeito estufa e investirem em desenvolvimento sustentável e em práticas de baixo carbono para o uso da terra. O financiamento virá de países desenvolvidos, dentro da lógica de responsabilidades diferenciadas que rege a Convenção do Clima.


O que é o REDD++?

É a ampliação do REDD+, porque inclui também a agricultura, prevê a garantia de melhores práticas em prol do não desmatamento e da sustentabilidade econômica, financeira e ambiental das atividades agrícolas.


O que é certificação de florestas FSC?

FSC é a sigla de Forestry Stewardship Council, que em português significa Conselho de Manejo Florestal. FSC é uma instituição internacional, sem fins lucrativos, formada por representantes de entidades do mundo todo e é um dos únicos sistemas de certificação florestal apoiado por grandes entidades, como WWF e Greanpeace. É baseada em três pilares de igual importância: econômico, ambiental e social. A certificação florestal busca contribuir para o uso adequado dos recursos naturais, apresentando-se como uma alternativa à exploração predatória das florestas. Atesta que determinada empresa ou comunidade obtém produtos florestais, respeitando os aspectos ambientais, sociais e econômicos da região. Para obter a certificação florestal, a empresa ou comunidade é avaliada segundo os padrões de desempenho ambiental, social e econômico estabelecidos pelo Conselho de Manejo Florestal – FSC.


Quando começou o REDD?

 O Protocolo de Kyoto, de 1997, excluiu as políticas relacionadas ao desmatamento e à degradação devido à complexidade das medições e do monitoramento para os diversos ecossistemas e mudanças de uso da terra. Esta exclusão incentivou a formação da chamada “Coalition of Rainforest Nations” ou “Coalizão de Nações Tropicais”, liderados por Papua Nova Guiné e Costa Rica. Este grupo, durante a COP-11, em Montreal, Canadá (2005) apresentou uma proposta similar à “Redução Compensada de Emissões” cujo objetivo era discutir formas de incentivar economicamente a redução do desmatamento nos países em desenvolvimento, detentores de florestas tropicais. Mais tarde, na COP13, em Bali, Indonésia (2007), chegou-se à Decisão 1/CP13, conhecida como “Mapa do Caminho de Bali”: os governos dos países membros decidiram envolver-se em ações nacionais e internacionais contra a mudança climática. A adoção do documento resultou no conceito mais amplo de REDD +, que, além do desmatamento, inclui a conservação florestal, o manejo florestal sustentável e o aumento dos estoques de carbono em áreas de floresta.

Na 15ª Conferência das Partes da UNFCCC (COP- 15), realizada em Copenhague em dezembro de 2009, os participantes assinaram o Acordo de Copenhague que confirmou a importância do REDD: “Nós reconhecemos o papel crucial da redução de emissões do desmatamento e degradação das florestas e a necessidade de intensificar a remoção de emissões de gases de efeito estufa por florestas e chegar a acordo sobre a necessidade de fornecer incentivos positivos para essas ações através do estabelecimento imediato de um mecanismo incluindo o REDD +, para permitir a mobilização de recursos financeiros dos países desenvolvidos.” O desenvolvimento do mecanismo de REDD tem progredido desde então, com a criação de um programa das Nações Unidas (UM-REDD) e o programa Parceria de Carbono Florestal (FCPF) do Banco Mundial. Os governos nacionais e o setor privado também desenvolvem seus próprios projetos.

Fonte: CRBio-06
 
 
 

 

Maior encontro da América Latina voltado para o mercado de controle de vetores e pragas urbanas, a EXPOPRAG chega a mais uma edição, que acontece de quarta-feira (28/09) até sexta-feira (30/09), em São Paulo, no Centro de Convenções Frei Caneca.

O evento é realizado a cada dois anos pela Associação dos Controladores de Vetores e Pragas Urbanas (APRAG) e, nesta edição, conta mais uma vez com o patrocínio do Sistema Conselho Federal e Conselhos Regionais de Biologia (Sistema CFBio/CRBios) por se tratar de uma atividade muito forte para profissionais Biólogos.

O tema escolhido para a EXPOPRAG Feira e Congresso 2022 é “Somos essenciais”, com objetivo de reafirmar a importância do setor para a melhoria da qualidade de vida da sociedade, já que envolve atividades vitais para a segurança de ambientes corporativos e residenciais.

Serão discutidos no evento assuntos relacionados à segurança alimentar, ao setor educacional, ao setor hoteleiro, à saúde pública e ao desenvolvimento sustentável. Os conteúdos vão desde o controle do mosquito Aedes aegypti até estruturas construtivas e o controle de pragas, otimização do CIP/MIP, ferramentas de gestão, novas tecnologias, regulação do setor, marketing, inspeção técnica, entre outros.

Durante o encontro, o Sistema CFBio/CRBios realizará o 3º Workshop de Biólogos no Controle de Vetores e Pragas Sinantrópicas com o objetivo de discutir a situação da atividade, as oportunidades de negócios geradas após a pandemia de Covid-19, principalmente na área da Saúde, a partir de novas tecnologias e inovações que estão sendo desenvolvidas e aplicadas para a melhoria da atuação dos profissionais.

Com uma programação extensa, a EXPOPRAG contará ainda com feira de expositores, palestras, cursos, lançamento de produtos, de equipamentos e de serviços visando ao controle de vetores e pragas urbanas.

Confira, a seguir, a programação do workshop realizado pelo Sistema CFBio/CRBios:

3º Workshop de Biólogos no Controle de Vetores e Pragas Sinantrópicas 
28/09/2022

14h às 14h30
ABERTURA E BOAS-VINDAS
Profa. Dra. Maria Eduarda de Larrazábal (CRBio 019194/05-D)
Presidente do Conselho Federal de Biologia.

14h30 às 15h15
CONFERÊNCIA
“O OLHAR CLÍNICO DO BIÓLOGO NO CONTROLE DE VETORES E PRAGAS URBANAS”
– Débora Rocha Atroch (CRBio nº 369320/05-D)
Presidente da Associação Pernambucana de empresas controladoras de pragas; Conselheira do CRBio-05.

15h15 às 16h45
MESA REDONDA
“OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS NA ERA PÓS-PANDÊMICA NA ÁREA DE CONTROLE DE VETORES E PRAGAS”
– Clair Aparecida Viecelli (CRBio nº 50.271/07-D)
Especialista em Controle Biológico e Biologia Sanitária; Responsável Técnica e Sócia proprietária da Dedetizadora Brio Limp Ltda e da Unidome Saúde Ambiental Ltda.

– Dr. Carlos Frederico Loiola (CRBio 008871/04-D)
Presidente do CRBio-04; Diretor Técnico e Responsável Técnico da Vida Ambiente Service.

– Bernardo Servolo dos Santos (CRBio nº 60.941/02-D)
Especialista em manejo de Fauna; Responsável Técnico pela empresa Ayres Desinsetizadora Ltda.

– Sérgio dos Santos Bocalini (CRBio nº 23.668/01-D) –  MEDIADOR
Especialista em Controle de Vetores e Pragas Sinantrópicas – Vice Presidente Executivo da APRAG

16h45 às 17h
DEBATE

 

Do CRBio-03, foram representar e trabalhar no evento a Presidente Dra. Clarice Luz e a Fiscal Bióloga Daniella Braga.

 
 
 
 
 

O CRBio-03 enviou ofício à Prefeitura Municipal de Nova Santa Rita e conseguiu a retificação do edital para inclusão do Biólogo Licenciado para concorrer à vaga de Biólogo. Antes, a prefeitura só estava aceitando o Bacharelado, agora, inclui o Bacharelado e Licenciado em Ciências Biológicas, História Natural e o Licenciado em Ciência com habilitação em Biologia, como manda a legislação federal.

 

Todas as formações acima se com o registro no CRBio são Biólogos!

 

Para acessar o edital para essa vaga e outras: https://novasantarita.atende.net/cidadao/pagina/processos-seletivos-2022

 

 

 

A Prof. Dra. Sabine Righetti, pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp, estuda o fenômeno das fake news em Ciência, que se alastraram no Brasil e no mundo nos últimos dois anos com velocidade comparável à do novo coronavírus.

Segundo Righetti, as fake news são produzidas e disseminadas por estruturas profissionais financiadas por grupos frequentemente com interesses econômicos e políticos. Notícias falsas que negam a existência da pandemia, por exemplo, estimulam as pessoas a continuar com a mesma rotina de vida. O objetivo é manter a roda da economia girando e evitar as consequências políticas negativas de uma desaceleração da atividade econômica.

“As fake news seguem uma receitinha de bolo: ‘olha aqui, estão mentindo para você... a verdade é essa aqui.’ Elas provocam ódio e, consequentemente, engajamento. Já o jornalismo é aquela coisa chata, tem uma informação, um gráfico, não gera uma grande emoção. Há estudos que indicam que as fake news circulam 70% mais do que notícias jornalísticas, porque despertam sentimentos nas pessoas. É uma briga difícil e o jornalismo está perdendo”, explica a Dra. Sabine Righetti, que é professora de Jornalismo Científico na Unicamp e escreve análises quinzenais para Folha de S. Paulo sobre políticas de Ciência.

Righetti ressalta que o jornalismo científico no Brasil é relativamente novo – as primeiras editorias de Ciência foram criadas nos anos 90 – e cresceu e amadureceu nas últimas duas décadas, acompanhando a virtuosa expansão da Ciência brasileira no período.

De acordo com a plataforma Scimago, que reúne métricas de mais de 20 mil periódicos científicos indexados na base de dados Scopus, o número de artigos de brasileiros publicados em revistas científicas aumentou de 16.610 em 2001 para o recorde de 100.006 em 2020. O Brasil ocupa a 13ª posição no ranking mundial de produção científica de 2020.

Sabine Righetti atribui a elevação ao aumento dos investimentos em Ciência no Brasil a partir do início do século até o pico em 2013 e 2014. Depois desse período, os investimentos regrediram drasticamente e a Ciência brasileira entrou em crise, ainda que o número total de publicações de artigos continue a subir, como reflexo dos investimentos nos anos anteriores.

Em paralelo, o setor jornalístico no Brasil e no mundo enfrenta uma crise estrutural de décadas, que levou ao fechamento de empresas e veículos tradicionais.

“O jornalismo científico brasileiro hoje enfrenta uma crise na Ciência brasileira, a crise no próprio jornalismo e o fenômeno das fake news”, descreve.

Com o intuito de dar visibilidade para a Ciência nacional no jornalismo brasileiro, Righetti e a biomédica Dra. Ana Paula Morales, que conheceu no Labjor, fundaram em fevereiro de 2019 a Agência Bori. O nome é uma homenagem a Carolina Martuscelli Bori, primeira presidente mulher da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). 

Inspirada no modelo da agência norte-americana EurekAlert!, a Bori funciona como uma vitrine para a imprensa de artigos publicados em periódicos científicos brasileiros. A agência tem uma parceria com a Biblioteca Eletrônica Científica Online (SciELO) (em inglês, Scientific Electronic Library Online), um projeto da Fapesp que reúne artigos de revistas científicas do Brasil e de outros países da América Latina, além de Portugal e África do Sul.

Dos cerca de 600 artigos publicados na SciELO semanalmente, a curadoria da Bori escolhe dois ou três para divulgar para a imprensa antes da sua publicação. Com autorização dos periódicos e autores, a equipe da Bori prepara um resumo explicativo do artigo e envia com o texto completo e o contato do autor (para entrevistas) para os cerca de 1.800 jornalistas cadastrados gratuitamente na agência. O objetivo é permitir que os resultados das pesquisas cheguem ao público por meio dos veículos de comunicação de massa.

O jornalismo cumpre um papel crucial na divulgação de informações cientificamente fundamentadas para a população. Mas o combate à máquina de desinformação das fake news requer o envolvimento de outras esferas. Diversos países, inclusive o Brasil, discutem a regulação das redes sociais e aplicativos de mensagens que difundem informações falsas, como o Telegram, Whatsapp, Youtube, Twitter, Facebook e Instagram, entre outros.

“As empresas alegam que são só distribuidoras e os opositores à regulação se valem do discurso da liberdade de expressão. Esse é um grande debate que ainda vai demorar anos”, prevê Righetti.

Fonte: CRBio-01

 

Aconteceu, na última quarta (10/08) e quinta-feira (11/08), na sede do Conselho Federal de Biologia, em Brasília, o Fórum das Comissões de Formação e Aperfeiçoamento Profissional (CFAPs) do Sistema CFBio/CRBios.

No primeiro dia de evento, foi abordada a atuação do biólogo na Educação, como responsável técnico. Também foi debatida a definição de carga horária dos cursos de Ciências Biológicas e entendimentos sobre a Resolução CFBio nº 300/2012, que estabelece os requisitos mínimos para o Biólogo atuar em pesquisa, projetos, análises, perícias, fiscalização, emissão de laudos, pareceres e outras atividades profissionais nas áreas de Meio Ambiente e Biodiversidade, Saúde e Biotecnologia e Produção. Já no segundo dia, a pauta do fórum incluiu questões sobre a classificação das áreas de atuação e atividades profissionais por categorias e as diretrizes para controle da atuação profissional.

A reunião contou com a presença da presidente do CFBio, Maria Eduarda Lacerda de Larrazábal, do vice-presidente do CFBio, Eliézer José Marques, da coordenadora da Comissão de Educação, Cristina Souza Motta, e do Conselheiro Santiago Valentim, que integra a Comissão de Legislação e Normas (CLN) do Conselho Federal. Também participaram integrantes das CFAPs e das Comissões de Orientação e Fiscalização do Exercício Profissional (COFEPs) dos Conselhos Regionais de Biologia.

Em sua fala, na abertura do fórum, a presidente do CFBio agradeceu a presença de todos e defendeu a importância da integração no Sistema CFBio/CRBios. “Desde o início, buscamos fazer uma gestão de trabalho coletivo, ou seja, envolvendo todos os Regionais, porque queremos um Sistema forte. E isso só é possível com todos integrados, atuando dentro de uma mesma linha de pensamento sobre o que é melhor para a nossa profissão, sempre respeitando as autonomias administrativas e financeiras de cada Regional”, ressaltou.

“Eu conto com todos vocês para esses dois dias de reunião, para que se possa realmente enriquecer essas discussões e, se for o caso, sair com algum documento que atenda ao nosso país e à nossa profissão”, concluiu a presidente do CFBio, colocando-se à disposição do grupo.

O vice-presidente do CFBio, Eliézer Marques, deu as boas-vindas e também desejou aos participantes um encontro produtivo. “Na última reunião das CFAPS, pude participar com vocês e foi muito intensa, interessante e produtiva. Que vocês consigam dar seguimento aos trabalhos e avançar bastante nesses próximos dois dias”, disse.

Segundo a coordenadora da CFAP do CFBio, Lídice Arlego Paraguassú, a ideia de realizar o fórum surgiu da necessidade de debate conjunto entre fiscalização, educação, formação e aperfeiçoamento profissional. “A gente viu a necessidade de ter esse encontro, porque tem assuntos que tocam a CFAP e a fiscalização. Então, a ideia desse Fórum é convocar os coordenadores das CFAPs e das COFEPs dos Regionais para avançarmos nas discussões. É uma alegria muito grande ter todo mundo aqui”, afirmou.

Representando o CRBio do Rio Grande do Sul, participou do Fórum o Biólogo Jairo Luis Candido, Coordenador da CFAP.

 

 

 

Bióloga Giliane Trindade explica por que surto atual se difere do SARS-CoV-2, mas ressalta motivos para estarmos alertas

Maurizio de Angelis/Science Photo Library

 

O mundo ainda lidava - e continua lidando - com os efeitos devastadores de uma pandemia desencadeada em 2020 por um vírus zoonótico, o SARS-CoV-2, quando em maio deste ano um novo alerta surgiu no Reino Unido: pacientes infectados com monkeypox, doença causada por vírus homônimo do gênero Orthopoxvirus, que também abarca os vírus da varíola humana, da varíola bovina e o vaccinia.

De lá para cá os números cresceram exponencialmente (são mais de 16 mil casos confirmados, de acordo com o último boletim epidemiológico da Organização Mundial da Saúde), a doença alcançou escala global e as primeiras mortes foram confirmadas, inclusive uma no Brasil. Imediatamente surgiu a dúvida e o temor: estamos diante de uma potencial nova pandemia? 

Segundo a bióloga Giliane de Souza Trindade (030569/04-D), doutora em Microbiologia pela Universidade Federal de Minas Gerais e professora do Instituto de Ciências Biológicas da instituição, é preciso estar alerta, mas não vivenciaremos com esse vírus uma situação semelhante à da Covid-19. "Pelo incremento no número de casos, pode ser que a disseminação do monkeypox se torne um evento pandêmico, mas não com o impacto disruptivo do SARS-CoV-2", afirma. Giliane, que atua principalmente nos estudos de ecoepidemiologia de viroses emergentes e integra a Câmara Pox do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações - grupo técnico temporário formado pelo órgão para monitorar o avanço dos casos -, explica que uma das principais diferenças entre os dois vírus está no potencial de transmissibilidade. Enquanto no caso do novo coronavírus o contágio ocorre pelo ar, por meio de partículas suspensas, a principal forma de contágio do monkeypox é pelo contato direto com infectados, especialmente com as lesões cutâneas, o que pode facilitar a quebra da cadeia de transmissão.

Outro ponto ressaltado pela pesquisadora é o fato do monkeypox ser um vírus já conhecido há muitas décadas. "Estamos tratando de um vírus identificado pela primeira vez em 1958, em um grupo de primatas em um biotério na Dinamarca. Então já existe um conhecimento acumulado que não tínhamos em relação à Covid-19, inclusive com formas de intervenção, como vacinas e antivirais, ainda que não estejam disponíveis em larga escala", explica. 

 

Vacinação

Por se tratar de um vírus da mesma família da varíola humana (Poxviridae), análises preliminares indicam que as pessoas que receberam o imunizante nas décadas de 1960 e 1970 estão protegidas contra o monkeypox. Contudo, como a varíola humana foi considerada erradicada em 1980 e as campanhas de vacinação foram suspensas desde então, é grande o contingente populacional que nunca foi imunizado.  

Apesar disso, Giliane avalia como remota a necessidade de uma vacinação em massa nesse momento. "Em caráter emergencial devemos cercar a cadeia de transmissão realizando um bloqueio vacinal nos contatos dos infectados e em grupos mais vulneráveis. Mas quando penso no potencial de emersão e circulação dos Orthopoxvirus, acredito que a discussão sobre uma futura vacinação global é bem-vinda", salienta.

 

 

Surgimento

Conforme já mencionado, o monkeypox foi identificado pela primeira vez em macacos levados à Dinamarca para estudos, em 1958. Na década de 1970 a doença foi descrita pela primeira vez em seres humanos, em uma criança na República Democrática do Congo. A partir de então, casos esporádicos começaram a ser registrados na bacia do Congo e, posteriormente, na África Ocidental, sobretudo em jovens e crianças, que não haviam sido imunizados contra a varíola humana. 

No início dos anos 2000 começou a ocorrer um incremento no número de casos, mas ainda sempre em conexão com ambientes silvestres, em comunidades que viviam em bordas de floresta e em contato direto com uma ampla gama de mamíferos hospedeiros. 

Foi a partir de 2010, então, que se observou uma alteração no perfil epidemiológico do vírus, que alcançou grandes áreas urbanas na África. "Daí em diante não era difícil antever que o vírus escaparia de sua região endêmica e se espalharia, o que se deu particularmente a partir de 2017", relata Giliane. "Ao analisarmos historicamente, não dá para se falar em grande surpresa, especialmente quando tratamos de patógenos emergentes. São ocorrências que estão intimamente ligadas com nossa estrutura de vida, com o intercâmbio populacional, com a forma com que interagimos com o ambiente", complementa.  

Segundo a bióloga, já é muito bem caracterizado como as alterações no uso da terra, a expansão agropecuária e as mudanças climáticas são fatores de emergência de patógenos. "As áreas do planeta que possuem a maior biodiversidade desses organismos estão na faixa tropical do globo, regiões que concentram países com economias menos desenvolvidas, em que existe um menor grau de fiscalização e mecanismos pouco eficientes de proteção das áreas naturais... está tudo intimamente interconectado". 

 Por todo esse contexto e pela gigantesca capacidade de mutação dos vírus, Giliane afirma ser tarefa difícil tentar prever qual o próximo vírus com o qual a humanidade terá que lidar, mas que o melhor caminho é monitorar áreas prioritárias e táxons específicos: "devemos concentrar nosso olhar nas áreas tropicais do planeta e especialmente em mamíferos que possuam uma maior proximidade filogenética conosco, como roedores, quirópteros e primatas não humanos". 

Em todo esse cenário, o papel dos biólogos se mostra, uma vez mais, imprescindível: “desde a questão da preservação ambiental, passando pelas pesquisas com esses patógenos, pelo desenvolvimento de ferramentas de prevenção e de testes diagnósticos, pela transferência de conhecimento e divulgação científica, até finalmente chegar na elaboração de políticas públicas. Os biólogos se inserem totalmente nessa questão”, conclui Giliane. 


Fonte: CRBio-04

 

Foto: Divulgação (A)Mar

A biologia marinha é a especialidade que estuda os seres vivos que habitam os ecossistemas marinhos, incluindo ambientes como as zonas de mangue, praias, costões, recifes, estuários, atóis e todos os lugares onde pode florescer a vida marítima. A rotina do profissional biólogo que trabalha nessa área pode variar bastante, afinal a sua atuação pode ser realizada em diversas frentes, tanto no âmbito público quanto no privado.

Entre as muitas funções possíveis, podemos citar:

  • Consultor de pesca em empresas públicas ou privadas. Seu papel é avaliar e orientar quanto a políticas de gestão pesqueira, levando em consideração a população das espécies de peixes e outros animais marinhos, para que a extração seja sustentável.
  • Consultor em empreendimentos de aquicultura na criação de peixes e outras espécies marinhas para comércio e consumo humano. Seu objetivo é aumentar a qualidade do produto e garantir a sustentabilidade do negócio.
  • Atuar na área de proteção e educação ambiental, seja em iniciativas públicas, privadas ou em Organizações da Sociedade Civil (OSCs), como o Projeto Tamar, Projeto Baleia Franca, Projeto Baleia Jubarte e tantos outros que lutam pela defesa das espécies marinhas e seus habitats.
  • Trabalho com pesquisas. Pode trabalhar em laboratórios, universidades, institutos de pesquisa e em campo, coletando dados, estudando os hábitos das espécies e criando projetos de preservação.
  • Trabalhar em zoológicos, aquários e outras instituições que mantêm animais marinhos em cativeiro, assim como em empresas de mergulho e expedições marítimas, orientando e esclarecendo os clientes sobre o meio ambiente e as espécies.

A Bióloga Stella Tomás (CRBio 99.205/08-D) atua em campo e esclarece que “os projetos normalmente são multidisciplinares, envolvendo diversos profissionais, tais como biólogo, oceanógrafo, geólogo e engenheiro ambiental”. Esses profissionais têm como alvos dos seus estudos os peixes, mamíferos marinhos, plânctons, néctons, micro-organismos, fitoplânctons, fitobentos, zooplânctons e os inúmeros invertebrados.

Stella é educadora ambiental, mestre em conservação da biodiversidade e desenvolvimento sustentável, e fundadora do Projeto (A)mar, OSC que atua no litoral sul da Bahia em prol da biodiversidade costeira e marinha e do desenvolvimento sustentável.

“Atuamos com ações de conscientização da educação ambiental através de campanhas e com ações de monitoramento ambiental nas praias, como no período reprodutivo das tartarugas para a proteção dos ninhos, e fora desse período tem as ocorrências de animais que chegam debilitados ou mortos. Neste caso, atendemos as ocorrências relacionadas a aves marinhas, golfinhos e baleias. Em determinados períodos do ano, a gente fortalece campanhas usando os animais como bandeira, mas a intenção é da conservação como um todo”, conta a Bióloga.  

Para ela, o foco principal do profissional deve ser a preservação e proteção dos oceanos. “Precisamos ter mais consciência e amor pela natureza. Preservar e proteger a fauna marinha e nossas praias é um dever de todos. Nosso futuro depende dos oceanos”, conclui.

Além da atuação nas praias e zonas costeiras, o profissional pode também escolher estudar os manguezais, costões rochosos, estuários, recifes, planícies de ervas marinhas, plataformas continentais e zonas abissais, por exemplo.

 

Sobre o Projeto (A)mar

O (A)mar é uma iniciativa em prol da conservação marinha e costeira do litoral sul da Bahia. O projeto iniciou as atividades em 2016 e realiza ações como palestras sobre conscientização ambiental, mutirões de limpeza nas praias, passeios ecológicos e monitoramento dos animais marinhos. 

O projeto se concentra nas praias do litoral sul da Bahia, entre os municípios de Ilhéus, Itacaré, Canavieiras e Maraú.

Fonte: CRBio-08