O CRBio-03 informa que Conselho Federal de Biologia (CFBio) republicou na data de hoje a Resolução nº 561, de 24 de julho de 2020, estabelecendo que a data limite para o pagamento das anuidade de pessoas físicas (PF) e pessoa jurídica (PJ) estão prorrogadas até a data de 30 de setembro de 2020.

06/08/2020

Fonte: https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-561-de-24-de-julho-de-2020-*-270712105

03/08/2020

Fonte: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-561-de-24-de-julho-de-2020-269967585

"Testar, testar e testar". Foi assim que o Biólogo Tedros Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), enfatizou a importância da ampla realização de testes para diagnóstico da COVID-19, numa coletiva de imprensa realizada em abril. Naquela ocasião, Tedros ressaltou que não se pode combater um vírus se não souber onde ele está. A testagem em massa é fundamental para que os gestores públicos possam identificar onde há ocorrência do vírus e adotar as medidas necessárias para contenção da pandemia.

O Biólogo Robson Michael Delai (CRBio 50.652/07-D), que atua no Centro de Medicina Tropical, unidade de Biologia Molecular da Fundação de Saúde Itaiguapy, e é conselheiro suplente do Conselho Regional de Biologia da 7ª Região - CRBio-07, destaca quais são os testes utilizados no diagnóstico, o tempo que se leva até o resultado e a precisão.

Como ocorre com outros vírus respiratórios, o teste molecular de PCR em tempo real (RT-PCR - transcrição reversa seguida de reação em cadeia da polimerase) é considerado a "metodologia ouro" também para o SARS-COV2, causador da doença COVID-19. É uma metodologia já utilizada há algum tempo por laboratórios que trabalham com vigilância epidemiológica, como o caso de alguns LACENs (laboratórios centrais) e outros laboratórios públicos e privados que monitoram vírus respiratórios.

Existe um programa de vigilância mundial da gripe, composto por centros colaboradores da OMS e mais de 140 laboratórios cadastrados em diversos países. No Brasil são Adolfo Lutz (SP), Evandro Chagas (PA) e Fundação Osvaldo Cruz - FIOCRUZ (RJ).

O teste de PCR detecta a presença do material genético do vírus em uma amostra de material coletado em um paciente suspeito ou com sintomas de síndromes respiratórias. A partir dessa informação outras são geradas, inclusive para produzir vacinas (como as da gripe e H1N1), permitindo atualizar a informação de modificações (mutações) que os vírus sofrem durante os diferentes anos, e tornando-as mais eficazes no combate e imunização a essas patologias.

Para a COVID-19/SARS-COV2 não foi diferente. Protocolos de PCR em tempo real foram criados para identificar a presença do novo vírus em material coletado de região nasal e orofaríngea, sendo possível utilizar aspirado traqueal de pacientes internados e intubados.

O tempo ideal de coleta para PCR é até o sétimo dia de sintomas, tendo o pico entre o terceiro e o quinto dia, e a especificidade do exame é de 100%. O resultado positivo desse exame indica que o vírus está ativo ou então a pessoa teve contato recente com ele. Os resultados variam de laboratório para laboratório. Alguns liberam em até 24 horas para pacientes internados e até cinco dias úteis para pacientes ambulatoriais. "Aqui no Hospital Ministro Costa Cavalcanti estamos trabalhando com até seis horas para entregar o resultado para pacientes ambulatoriais e três horas e meia para pacientes internados. Os resultados também servem como teste para saber onde ou em que ala específica o paciente vai ser internado, evitando assim contato entre pacientes positivos e não positivos”, afirma Robson.

 

Outros testes utilizados no diagnóstico

Os testes sorológicos identificam a presença dos anticorpos Imunoglobulina G (IgG) e Imunoglobulina M (IgM) no material coletado - soro ou sangue - e apresentam algumas variantes.

O teste de quimiluminescência possui sensibilidade de 98%. Identifica a presença do anticorpo após quinze dias dos sintomas. Os resultados saem em até dois dias úteis.

O ELISA (do inglês Enzyme-Linked Immunosorbent Assay, ou ensaio de imunoabsorção enzimática) tem sensibilidade de 96%. Identifica a presença do anticorpo após dez dias dos sintomas. Os resultados são obtidos em até dois dias úteis.

Já os testes rápidos têm sensibilidade discutível (55%, 76%, 92%). Dependem da marca, do período de fabricação e outros fatores. Identificam a presença do anticorpo após quinze dias dos sintomas. Os resultados são divulgados em até dois dias úteis, mas geralmente são liberados em três horas para pacientes internados e 24 horas para ambulatoriais, dependendo do laboratório ou instituição que realiza o teste.

 

Nos testes, o IgM positivo indica que o paciente teve contato recente com o vírus ou que a doença está ativa, ou seja, o indivíduo ainda pode estar doente. Já o IgG positivo sugere que houve contato prévio com o vírus ou infecção passada (não se sabe se o indivíduo está imune).

"Para todos os testes é muito importante seguir a orientação médica. Após a avaliação o paciente saberá qual exame deve ser feito, evitando gastos desnecessários e possibilitando um diagnóstico mais preciso", salienta o Biólogo.

 

 

 

O Conselho Federal de Biologia (CFBio), através da resolução CFBio nº 561, de 24 de julho de 2020, estabeleceu nova data limite para o pagamento da anuidade pessoa física (Biólogos).

Data limite para pagamento da anuidade pessoa física

30 de setembro de 2020

 

RESOLUÇÃO Nº 561, de 24 DE JULHO DE 2020

Dispõe sobre alteração do art. 1º da Resolução CFBio nº 557/2020 e dá outras providências.

A PRESIDENTE DO CONSELHO FEDERAL DE BIOLOGIA - CFBio, Autarquia Federal, com personalidade jurídica de direito público, criada pela Lei nº 6.684, de 3 de setembro de 1979, alterada pela Lei nº 7.017, de 30 de agosto de 1982 e regulamentada pelo Decreto nº 88.438, de 28 de junho de 1983, no uso de suas atribuições legais e regimentais, "ad referendum" do Plenário;

Considerando que o art. 5°, inciso XIII da Constituição Federal, versa que: 'é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer';

Considerando que compete ao Conselho Federal de Biologia normatizar o exercício da profissão de Biólogo a teor da Lei n° 6.684/79 e regulamentada pelo Decreto n° 88.438/83, em especial o previsto caput e o parágrafo único do art. 23 daquele diploma legal;

Considerando a Lei nº 12.514, de 28 de outubro de 2011, a qual dá nova redação ao art. 4º da Lei nº 6.932, de 07/07/81;

Considerando a Lei nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, que dispõe sobre medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública de importância internacional decorrente do Novo Coronavírus (COVID-19), além das recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS); resolve:

Art. 1º Fica alterado o art. 1º da Resolução CFBio nº 557, de 26 de março de 2020, que passa a ter a seguinte redação: "Art. 1º Presente a declaração pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em 11 de março de 2020, que a contaminação com o coronavírus, causador da COVID-19, caracteriza pandemia no mundo, bem como que os conselhos profissionais têm poder de polícia para fiscalizar as profissões regulamentadas, inclusive no que concerne à cobrança de anuidades e à aplicação de sanções, inclusive a teor dos diplomas legais veiculados nos CONSIDERANDOS acima, prorrogar excepcionalmente por sessenta dias, sendo 30 de setembro de 2020, como nova data limite para pagamento ou enquanto aquela pandemia perdurar, em relação às anuidades devidas pelos Biólogos aos Conselhos Regionais de Biologia - CRBios.

Art. 2º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

 

MARIA EDUARDA LACERDA DE LARRAZÁBAL DA SILVA


Fonte: https://www.in.gov.br/web/dou/-/resolucao-n-561-de-24-de-julho-de-2020-269967585

Na luta diária do combate à pandemia da COVID-19, profissionais das Ciências Biológicas têm ganhado protagonismo em todo o Brasil. No Ceará, a Bióloga Ricristhi Gonçalves de Aguiar Gomes (CRBio 46.253/5-D) coordena a Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde no estado, função que ganhou ainda mais relevância diante do novo coronavírus e dos desafios diários por conta da doença.

A Bióloga, formada pela Universidade Federal do Ceará (UFCE) e com mestrado em Saúde Pública pela mesma instituição, coordena a equipe que fornece análises sobre o cenário da pandemia em todas as regiões do Ceará. O Estado é o segundo com mais casos e óbitos no Brasil. Por isso, a força-tarefa é grande para contribuir com informações que ajudem a reduzir os números nas cidades cearenses.

“As informações obtidas através de sistemas oficiais são compiladas em gráficos, tabelas e indicadores que auxiliam gestores e profissionais da Saúde. Assim, eles podem tomar as decisões acerca das estratégias de enfrentamento. Semanalmente, emitimos um Boletim Epidemiológico que descreve o perfil na população: sexo, faixa etária, comorbidades, perfil de ocorrência dos óbitos, entre outros fatores”, explicou a Bióloga.

As estratégias para o enfrentamento são orientadas pela análise dos dados que chegam até a Vigilância. Porém, o desafio é enorme para planejar e preparar as ações de prevenção e no tratamento da pandemia da Covid-19. É um trabalho em conjunto que precisa também do apoio da população para que o contágio seja controlado.

“Tudo é muito novo. Estamos aprendendo a lidar com o vírus no dia a dia. Usamos modelos de vigilância de vírus respiratórios, mas esse nos desafia constantemente. Enquanto não tivermos uma vacina, o distanciamento social ainda será a melhor estratégia e o maior desafio”, ressaltou Ricristhi Gonçalves de Aguiar Gomes.

Mas, mesmo com tantos obstáculos, o Ceará tem conseguido realizar um trabalho notável no Brasil. Com evolução diária para levar uma maior qualidade de informações e, assim, contribuir diretamente no controle da pandemia no estado e no país, por consequência.

“Com a Vigilância Epidemiológica temos conseguido as informações em tempo oportuno. O Ceará é o estado que mais realiza testes no Brasil. E as testagens são importantíssimas para a vigilância laboratorial. Assim, seguimos neste trabalho fazendo com que tenhamos resultados cada vez mais eficientes para o bem da Saúde Pública”, finalizou a Bióloga.

 

O Conselho de Biologia do Rio Grande do Sul e Santa Catarina acaba de criar seus perfis nas redes sociais LinkedIn e Twitter, completando assim seu quadro de comunicação: Site Institucional, Facebook, Instagram, LinkedIn e Twitter.

 

Trabalho é no LinkedIn   

Com o objetivo de levar e incentivar os Biólogos a utilizarem as redes sociais com propósitos bem definidos, as vagas de estágio, emprego, concursos e licitações que chegarem até o Departamento de Relações Institucionais serão publicadas exclusivamente no LinkedIn.

O LinkedIn é uma rede social focada em trabalho, network e negócios. Os perfis são em forma de currículo e é possível buscar vagas com inúmeros filtros, além de muitos recrutadores hoje atuarem e chamarem seus candidatos através das interações e experiências nessa rede social.

Também serão disponibilizadas lá as retificações de editais de concursos e licitações que tenham o Biólogo como ator ativo e atuação do CRBio-03 na causa, mas #calma! Nesse último caso, todas as redes serão utilizadas, afinal, são vitórias a favor dos Biólogos que precisam ser amplamente divulgadas em todos os locais.

 

Twitter: poucas palavras e alto impacto

O Twitter ganhou o mundo há alguns anos, sendo apenas 280 caracteres capazes de fazer a bolsa de valores subir ou descer. Ferramenta utilizada hoje por governos de todo o mundo, é uma rede social feita para informar em poucas palavras sobre diversos assuntos, e o CRBio-03 o utilizará para divulgar as notícias que tenham relação com os Biólogos e a Biologia.

Matérias institucionais do Sistema CFBio/CRBios, compartilhamento de “tweets” de interesse da categoria e correlatas, serão o alvo das nossas publicações nessa rede social.

 

Siga o #CRBio03 nas diversas redes sociais e fique por dentro de todo o conteúdo em nosso site institucional.

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Protótipo objetiva proteger os profissionais e está em fase de validação

 

Quem atua na linha de frente em serviços de saúde sabe que a exposição ao risco é uma constante. A pandemia de COVID-19, que já vitimou centenas de profissionais de saúde, exacerbou esse quadro e levantou a questão: como proteger aqueles que se dedicam a salvar vidas?

Em Montes Claros, no Norte de Minas, uma das respostas surgiu da iniciativa conjunta de um Biólogo, de uma engenheira e de profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu): uma cápsula de isolamento para o transporte de pacientes com suspeita de infecção pelo novo coronavírus.

Pedro Henrique Figueiredo da Silveira (049819/04-D), Biólogo responsável pelo desenvolvimento do protótipo da cápsula, explica que o projeto nasceu de uma demanda apresentada pelos próprios operadores do Samu. "Já existem equipamentos para o isolamento de corpo inteiro do paciente no mercado. Porém, devido ao momento que vivemos, a aquisição desses acessórios se tornou ponto de dificuldade para a Macro Norte - região que integra 86 municípios mineiros e é atendida por um consórcio de saúde. Percebemos que era possível desenvolver um modelo mais prático e mais barato", relata.

Além do Biólogo, integram a equipe responsável pelo projeto Erlane Sandra Motta, engenheira biomédica; Ubiratam Correia, enfermeiro e coordenador do Núcleo de Educação Permanente do Samu Macro Norte; e Willie Dingsor Souza Pereira, médico do Samu e profissional graduado em Ciências Biológicas.

A cápsula desenvolvida pelo grupo tem um custo de produção 30 vezes menor que o equipamento convencional disponível hoje no mercado e oferece proteção de cabeça, pescoço e tórax. A estrutura, em alumínio, é retrátil, o que possibilita uma rápida remoção na necessidade de uma manobra de emergência, como uma reanimação cardiopulmonar. Já a cobertura é feita em PVC alimentício, dotada de um filtro, de um exaustor e de duas íris, que permitem, por exemplo, que o médico ministre algum medicamento ao paciente. "Além de criar uma barreira física para eventuais secreções, o exaustor tem capacidade de vazão de 75 l/m2, o que gera uma ventilação negativa e evita a saída de ar mesmo que a cápsula não esteja completamente vedada", explica.

A escolha dos materiais, segundo o Biólogo, privilegiou o custo, a facilidade de reprodução e manuseio e a durabilidade. A cobertura em PVC é descartável e a fixação é feita por botões plásticos, possibilitando a troca simples e rápida após a finalização de um atendimento.

O protótipo da cápsula está em fase de validação e passando por diversos testes conduzidos pela equipe de treinamento do Samu. De acordo com Pedro Henrique, os resultados até aqui são animadores. "Participamos de alguns workshops com médicos intensivistas e todos atestaram a eficiência do equipamento", conta. "O que é essencial ressaltar, contudo, é que a cápsula foi pensada como um equipamento de segurança adicional, para se somar aos EPIs e aos protocolos sanitários já adotados e oferecer mais proteção aos operadores", complementa o Biólogo.

Pode até parecer excesso de zelo, uma vez que os profissionais do Samu dispõem de máscaras N95 e macacões impermeáveis, mas não é difícil compreender como eles estão expostos e como a cápsula pode auxiliar na diminuição da carga viral dentro da ambulância e na quebra da cadeia de contaminação: quando o veículo está ocupado por equipe e paciente, o espaço interno de circulação é de meros dois metros quadrados e os profissionais ficam a uma distância média de 45cm do rosto do paciente. "Se o paciente tosse, o aerossol vai direto no rosto dos operadores". Por essa razão, Pedro Henrique acredita que a cápsula pode se tornar de uso permanente, mesmo após a crise do novo coronavírus ser superada, já que auxiliaria na prevenção à contaminação por outros patógenos.

 

Em busca de parcerias

Após a validação do protótipo, a expectativa é de que sejam confeccionadas estruturas e coberturas plásticas para atender as 56 ambulâncias do Samu da Macro Norte. O grande gargalo, hoje, está na selagem do plástico, que ainda é feita de forma manual e leva até três dias. Por essa razão, Pedro Henrique e o restante da equipe estão em busca de parceiros, seja para o financiamento ou para a disponibilização de linha produtiva.

O Biólogo também faz questão de destacar que o projeto é aberto e não almeja qualquer retorno financeiro. "O intuito é ajudar. Qualquer pessoa que quiser ter acesso ao protótipo ou puder contribuir com o projeto pode nos contatar", conclui.

Interessados podem fazer contato com o profissional pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

 

 

Três Conselheiros do CRBio-02 – Cristina Nassar, Christiane Leal Corrêa e Anderson Mendes Augusto – se unem para abordar a inter-relação do SARS-CoV-2 com o meio ambiente.

 

 

Em fevereiro de 2020, o mundo parou por causa do novo coronavírus SARS-CoV-2 e da doença que ele provoca, a COVID-19, que até o fechamento desta matéria já havia ceifado a vida de mais de 72 mil pessoas no Brasil. O vírus chegou em onda e foi tomando a Terra de assalto.

Integrantes da Organização Americana de Saúde (Opas), braço regional nas Américas da Organização Mundial de Saúde (OMS), dizem que o pico da epidemia no Brasil deve acontecer em agosto, quando o país talvez registre mais de 80 mil mortes. Para conter a letalidade da doença, em praticamente todos os países do mundo, foi promovido o afastamento social, com objetivo de diminuir a disseminação do vírus.

A suspensão de grande parte das atividades humanas reduziu significativamente os níveis de poluição do ar. Imagens de satélites demonstraram uma queda considerável nos níveis de dióxido de nitrogênio (NO2) e das emissões de dióxido de carbono (CO2). Só na China as emissões caíram cerca de 25%, de acordo com o site Carbon Brief.

 

 

Mas tais mudanças são apenas temporárias, circunstanciais, como diz a Conselheira do CRBio-02, Cristina Nassar (12.653/02-D), coordenadora do Programa de Engenharia Ambiental da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

“Quando tudo isso passar – e vai passar – a produção irá voltar com força total, em uma tentativa de recuperação econômica. Não me espantaria que, pontualmente, a poluição se elevasse a níveis maiores que os de antes da pandemia”, afirma.

A Bióloga ressalta que, se estamos falando de redução da produção humana, os impactos positivos não se restringem apenas à diminuição da poluição atmosférica. “Imagine que, com menos pessoas ativas, potencialmente pode ocorrer uma diminuição do desmatamento, da caça e pesca predatórias, do uso de agrotóxicos, da poluição de corpos d’água, etc. Mas é assim que queremos melhorar nosso meio ambiente? Acredito fortemente que não! Menos atividade humana, significa menos produção de alimentos, fármacos, tecnologia, inovação e tantas outras coisas que necessitamos”.

“Por outro lado – continua a Bióloga Cristina –, pessoas inescrupulosas podem ver esse momento de distanciamento social como uma oportunidade de burlar a fiscalização e causar danos irreparáveis ao meio ambiente, como temos visto os noticiários sobre queimadas em unidades de conservação e invasão de terras indígenas”.

Para Cristina, a espécie humana tem um impacto no planeta, bom ou ruim, que nenhuma outra tem. “Nós possuímos a capacidade de atuar nos mais remotos cantos da Terra. No entanto, apesar de muitas vezes vermos o ambiente como algo a ser explorado por nós, em detrimento de outras espécies, os humanos são mais um elo na teia trófica que integra os organismos vivos que interagem em nosso mundo. Como muitos dizem: ‘Nós precisamos do planeta, mas ele não precisa de nós’”.

Cristina acha surpreendente como o planeta poderia dar conta da ausência do ser humano, obviamente, com grandes mudanças: “Sem o homem, em poucos dias não haverá energia. Quem irá operar as hidroelétricas, termoelétricas e as usinas nucleares? Essas plantas de geração de energia entrarão em colapso em dias. A partir daí, começarão alguns desastres... diferentes instalações industriais vão parar, explodir e vazar substâncias tóxicas. Estamos falando de anos? Não! Falamos de dias. Mas, entre 100 e 300 anos as represas, prédios e pontes vão ruir. Pode ser chocante imaginarmos que ícones de nossa sociedade, tais como grandes edificações e monumentos, irão corroer e desabar em poucos séculos. Sabe uma coisa que ainda estará lá em cerca de 5 séculos? As pirâmides e demais monumentos em pedra. E o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro? Apesar do monumento parecer ser uma estrutura sólida, ele não é. Logo a falta de manutenção e as intempéries (chuvas e raios) afetariam sua estrutura que começaria a ruir. Triste não?”.

Na verdade, o discurso da Bióloga Cristina nos leva a crer que assim que a pandemia diminuir seu ritmo, tudo voltará a ser como era antes. Pelo menos em termos de meio ambiente, não haverá um “novo normal”. Então, teríamos de dar tchau aos peixinhos dos canais de Veneza (Itália) e aos tucanos pendurados na rede elétrica de Belo Horizonte (Brasil).

Descarte de máscaras e luvas gera problema ambiental

Se retirar os seres humanos das ruas e dos seus locais de trabalho promoveu uma série de melhorias ao meio ambiente, colocá-los de volta, mas protegidos de uma segunda onda dessa pandemia, está preocupando ambientalistas e profissionais da área de saúde. Dentre os vários motivos está o descarte de milhares de máscaras respiratórias, o que vem acontecendo por conta da obrigatoriedade do uso em vários países do mundo, principalmente os mais afetados pela pandemia, como Brasil, Estados Unidos, países da Europa Meridional, China, Japão, entre outros.

É que esses bilhões de máscaras respiratórias, que estão sendo produzidas por diversos países para atender a uma população mundial de 7,7 bilhões de pessoas, serão usadas e descartadas. É aí que mora o perigo. Com o uso de EPIs pela população mundial, principalmente máscaras respiratórias e luvas (produzidas em TNT, algodão, látex, vinil e outros materiais), a preocupação fica voltada para o correto descarte desses produtos depois de utilizados.

De acordo com a Conselheira do CRBio-02, Christiane Leal Corrêa (29.635/02-D), professora adjunta do Departamento de Patologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e doutora em Fisiopatologia Clínica Experimental, as máscaras descartáveis e as luvas utilizadas para uso contra a contaminação do SARS CoV-2 estão se tornando um problema ambiental que pode ter consequências mundiais.

“Inundaram o mercado com um equipamento de proteção individual de baixo custo, leve, de aspecto inofensivo, mas que agora está gerando reflexos na natureza. Muitos desses materiais são feitos de polipropileno e podem levar anos para serem degradados. O uso mensal estimado de 129 bilhões de máscaras e 65 bilhões de luvas em todo o mundo, está resultando em contaminação ambiental generalizada (PRATA et al., 2020)”.

“Assim – diz Christiane Corrêa –, as máscaras descartáveis (uso único) que chegam ao meio ambiente por meio de lixões, descarte em aterros, lixo em espaços públicos, água doce, oceanos, podem estar contribuindo para o surgimento de uma nova fonte de fibras microplásticas, que podem degradar, fragmentar ou decompor-se em pequenos tamanhos e pedaços de partículas com menos de 5mm, conhecidas como microplásticos em condições ambientais. O tempo que a natureza precisa para absorver os materiais dessas máscaras respiratórias e luvas pode ser bastante variado. Alguns trabalhos falam em 450 anos”.

“As máscaras descartáveis são produzidas a partir de polímeros como polipropileno, poliuretano, poliacrilonitrila, poliestireno, policarbonato, polietileno ou poliéster. Com o aumento da produção e do consumo de máscaras em todo o mundo estamos diante de um novo desafio ambiental, aumentando o vasto desperdício de plástico e partículas de plástico no meio ambiente”, informa a Bióloga.

Dessa forma, o descarte incorreto de máscaras e luvas utilizadas para proteção contra o SARS-CoV-2, no lixo público ou doméstico, está se tornando um problema. E Christiane Corrêa orienta: “Para a higienização após o uso, deve-se deixar as máscaras respiratórias de molho na água sanitária ou hipoclorito por 10 minutos, assim como as luvas. Esse procedimento visa inativar o vírus, antes de expor o material ao contato com outros indivíduos. Assim sendo, é de fundamental importância descontaminar todo o material descartável antes de ser embalado para descarte. Para o descarte, deve-se embalar máscaras e luvas usadas em sacos impermeáveis e resistentes e identificar de forma clara e de fácil visualização, fechando por mais de 24 horas. Com isso, esses resíduos poderão ser conduzidos para uma unidade de tratamento e destinação final”.

A preocupação com a embalagem e identificação tem como objetivo minimizar os prejuízos coletivos, incluindo os do meio ambiente terrestre e marinho. Christiane informa ainda que a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) lançou legislação pertinente RDC Anvisa 306 de 2004 e a Resolução Conama 358 de 2005, que define como os resíduos de serviços de saúde (RSS) devem ser tratados. “Essa legislação pode ser um ótimo orientador para o correto descarte das máscaras respiratórias e das luvas utilizadas para proteção do SARS CoV-2”, finaliza Christiane Leal.

Ainda pensam que o culpado é o morcego

Perguntamos ao Conselheiro do CRBio-02, Anderson Mendes Augusto (24.653/02-D), como seria possível evitar que novos vírus, até mais letais que o SARS-CoV-2, surjam ameaçando a humanidade? Ele foi categórico:

“É inevitável, enquanto houver o desmatamento de áreas naturais e a caça de animais silvestres, isso pode acontecer, pois tais fatos aumentam o convívio do homem e dos animais de produção e domésticos com animais infectados naturalmente com vírus ainda desconhecidos, ampliando a probabilidade de transmissão. É em função dessa proximidade, que novos vírus ‘saltam’ da vida selvagem para os seres humanos”, finaliza Anderson.

 

Biólogo, tendo passado 28 anos na Fundação RIOZOO e RioZOO/SA e mestre em Gestão Ambiental, ele diz que a família do novo coronavírus, o SARS-CoV-2, infecta mamíferos e aves: “Em geral podem causar problemas respiratórios e entéricos, porém, podem afetar outros sistemas”.

Anderson informa que os vírus desta família infectam naturalmente diversas famílias de quirópteros (morcegos) localizadas na Ásia, África e Américas. E, tem-se a hipótese, que estes vírus e morcegos coevoluem há milhares de anos:

“Existe um tripé, onde uma terceira espécie propicia o ‘salto’ do vírus para os humanos. Esse tripé é formado pelos quirópteros e uma outra espécie que pode ser doméstica, de criação ou silvestre, que por sua proximidade com seres humanos facilita a infecção pelo vírus”, informa Anderson.

Tais saltos geralmente ocorrem nas bordas das florestas, onde o desmatamento coloca as pessoas em contato com os habitats naturais dos animais, em zonas rurais nas quais ações antrópicas (caça, desmatamento) aproximam o homem das espécies naturalmente infectadas, podendo haver a transferência para animais domésticos ou de produção e destes para o homem.

Anderson ressalta que “Dengue, febre amarela e zika são exemplos de doenças que nos acometem há séculos e por terem os mosquitos como seus transmissores são de difícil erradicação, mas passíveis de controle. Outros exemplos que têm como hospedeiros os quirópteros são a raiva e o ebola, ambas com alta letalidade. Esses são somente alguns exemplos mais conhecidos”.

“Mais da metade do desmatamento tropical do mundo é impulsionado por quatro commodities: carne bovina, soja, óleo de palma e produtos de madeira. Eles substituem florestas tropicais maduras e com biodiversidade por monoculturas e pastagens. Como a floresta é degradada aos poucos, os animais que ainda vivem em fragmentos isolados da vegetação natural lutam para existir. Quando os assentamentos humanos invadem essas florestas, o contato humano-vida selvagem pode aumentar e novos animais oportunistas também podem migrar”. *

* Trecho de um artigo escrito a seis mãos por Amy Y. Vittor, professora assistente de Medicina da Universidade da Flórida (EUA); Gabriel Zorello Laporta, professor de Biologia e Doenças Infecciosas da Faculdade de Medicina do ABC (Brasil), Maria Anice Mureb Sallum, professora de Epidemiologia da Universidade de São Paulo (Brasil).

 

 

 

O Sistema Conselho Federal e Conselhos Regionais de Biologia lançou, nesta quarta-feira (08-07), um vídeo em homenagem ao Dia Nacional da Ciência, a fim de sensibilizar sobre a necessidade da valorização da pesquisa científica no País, sobretudo diante da crise sanitária gerada pelo novo coronavírus (COVID-19).

Na homenagem, presidentes do Sistema CFBio/CRBios discutem o papel da ciência no progresso e na inovação tecnológica, na solução de problemas atuais e futuros e na defesa da vida.

 

Assista clicando aqui!

O  Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis -  IBAMA, com apoio do Projeto Mata Atlântica realizará  o I Seminário virtual ''Conversão de Multas Ambientais: Procedimento Administrativo de Seleção de Projetos - PASP 01/2020'' de apoio às ações de restauração da vegetação nativa em território nacional. O webinário, que apresentará a estrutura do PASP e esclarecerá dúvidas sobre envio de propostas, ocorrerá em dois dias, 8 e 15 de julho, das 15h00 às 17h00.

O público alvo do evento são instituições com projetos ambientais de recuperação de áreas destinadas a corredores ecológicos e mananciais; e de revitalização de espaços públicos urbanos.

 

Mais informações :

http://twixar.me/18dm

 

Fonte : IBAMA

Em janeiro de 2020, o Biólogo Cássio Sartori (CRBio 075860/03-D) entrou em contato com o Conselho Regional de Biologia da 3ª Região – CRBio-03 para informar sobre a criação da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Garopaba – FMAG, porém, para sua surpresa, os biólogos não estavam contemplados entre os cargos efetivos ou em comissão.

 

O município de Garopaba fica aproximadamente à 90 Km de Florianópolis, possui cerca de 18 mil habitantes, além de ser um município do litoral catarinense. No final do ano passado, a Prefeitura Municipal de Garopaba apresentou o Projeto de Lei nº 85/2019 – que dispõe sobre a criação da Fundação Municipal do Meio Ambiente de Garopaba - FMAG, define as áreas de atuação e finalidade e dá outras providências.

 

O objetivo da prefeitura é a criação de uma entidade autárquica dotada de personalidade jurídica de direito público, sem fins lucrativos, com administração indireta, com autonomia própria e, respeitadas as competências da União e do Estado. A Fundação terá como algumas de suas propostas executar a legislação ambiental, fiscalizar e administrar as unidades de conservação, bem como, as áreas protegidas do Município e seus componentes, visando à proteção da zona costeira, mananciais, ecossistemas naturais, flora e fauna, recursos genéticos, e outros bens de interesse ambiental.

 

A FMAG foi proposta com oito cargos efetivos, sendo eles os de administrador, agrônomo, engenheiro civil, geólogo, advogado, técnico ambiental (técnico em meio ambiente) e por fim, analista ambiental, porém, somente para concorrência do Engenheiro Ambiental, o que para um órgão na área ambiental, fica obviamente faltando o profissional Biólogo.

 

O projeto já passou por duas comissões na Câmara de Vereadores de Garopaba, sendo objeto de questionamentos da própria câmara de vereadores em maio, que solicitou algumas modificações no projeto de lei baseados em recomendações e opiniões da Ordem dos Advogados do Brasil, Conselho Municipal de Meio Ambiente – COMDEMA, Associação Comunitária Amigos do Meio Ambiente para a Ecologia – AMA e o Ministério Público Estadual, sendo este último, da opinião que a Fundação não pode prescindir de uma vaga efetiva para a profissão de Biólogo. O parecer do Ministério Público também chegou até o CRBio-03 através do Biólogo Cássio, e foi por meio do pedido e material enviado pelo Biólogo que o Conselho já enviou para a prefeitura e a câmara ofícios solicitando a inclusão de profissionais da biologia no projeto de lei.

 

Acredito que o CRBio é fundamental para interceder em favor dos biólogos em situações como essa. No referido PL, não havia previsão de contratação do profissional que tem a capacidade técnica de analisar processos e estudos ambientais que envolvam zoologia, ecologia e botânica. E só eu como biólogo, sozinho, não tenho força institucional para pressionar o executivo municipal. Mas o conselho tem maior possibilidade de reverter a situação e influenciar a prefeitura solicitando a modificação do PL, garantindo que seja prevista pelo menos mais uma vaga de trabalho para os profissionais biólogos, possibilitando a melhora nas avaliações dos licenciamentos municipais que venham a ocorrer caso o PL seja aprovado”, declara o Biólogo Cássio.

 

Na solicitação enviada, o CRBio-03 faz uma explanação sobre a legalidade e áreas de atuação dos profissionais da biologia na área de Meio Ambiente e Biodiversidade, explica o motivo sobre a necessidade da inclusão e das especifidades da classe, especialmente em relação nas análises de fauna e flora, área reconhecidamente ligada ao Biólogo. O Crbio-03 tomará outras medidas caso necessário para garantir a previsão do biólogo no projeto de lei.

 

Os biólogos podem acompanhar o andamento do PL nº 85/2019 na página da Câmara Municipal dos Vereadores de Garopaba: http://twixar.me/Dhdm